A quarta palestra do último dia do Enbra, realizada no auditório 2, teve como tema a “Gestão Humanizada nas Organizações: o Novo Perfil de Líderes que o Mercado Exige” e teve como mediadora a administradora Fibia Guimaraes, conselheira suplente do CFA pelo Pará. Ela começou questionando sobre as diferenças entre a gestão do passado e as novas formas de gestão mais recentes, que levam em consideração o desenvolvimento profissional e o bem estar dos colaboradores.
Na sequência a administradora Neidy Christo foi chamada e iniciou sua participação deixando algumas indagações sobre a relação tecnologia e o bem-estar das pessoas. Segundo ela, quanto mais a tecnologia avança, aumentam-se as demandas por produtividade.
Segundo a administradora, segundo dados do Instituto Gallup, apenas 21% dos colaboradores estão efetivamente engajados com seus trabalhos. E no mundo a perda de produtividade é US$ 438 bilhões.
Neidy avançou ao dizer que 67% dos profissionais buscam propósito nas empresas. Porém, apenas 28,7% dos brasileiros acreditam que suas lideranças estão despreparadas.
Segundo a administradora, as competências chave dos líderes humanizados são: 1) Inteligência Emocional (importante não apenas para líderes, como para todos os profissionais); 2) resiliência, flexibilidade e adaptabilidade e 3) Comunicação Empática. Ela inclui ainda na lista 4) escuta ativa e confiança, além de 5) influência social (alguém que é querido por onde passa); 6) agilidade cultural (entender e respeitar diferenças); 7) ética e transparência e 8) capacidade de aprender, desaprender (esquecer aquilo que não tem mais uso ou que é reprovável socialmente) e reaprender (adquirir novos aprendizados ou novas maneiras de fazer a mesma coisa).
“Não é sobre ser perfeito é sobre ser verdadeiro. Liderar com humanidade não significa evitar conflitos, mas saber conduzi-los com respeito e escuta”, explica Neidy.
A palestrante disse, ainda, que pessoas se sentem vistas permanecem nas empresas e que a sustentabilidade também é social e emocional. Por isso, é preciso avaliar o clima organizacional, nível de saúde mental e como estão os vínculos, isso ocasiona na retenção de bons talentos.
“A gestão humanizada não é moda. É uma resposta estratégica à complexidade que vivemos”, afirmou.
Ao final, a palestrante enumerou alguns itens que podem fazer a diferença na gestão humanizada. O primeiro é o feedback contínuo, além dele estão rodas de escuta ativa; planos de desenvolvimento individual e liderança baseada em valores.
“Já que liderança é exemplo, positivo ou negativo, que posso contagiar ou contaminar, então se liderar é impactar, qual é o seu impacto?”, finalizou.
Valorização
A última palestrante a falar foi a administradora, psicóloga e executiva de RH, Graciete Correa. Ela ressaltou que as empresas são feitas de pessoas e afirmou que quem não entende de pessoas não entende de negócios.
Resultados sustentáveis exigem relações sustentáveis, por isso é preciso equilibrar resultados e bem-estar dos colaboradores. Empresas querem resultado, mas pessoas precisam de respeito, segurança e reconhecimento.
“O líder humanizado concilia métricas com humanidade. E as organizações precisam criar culturas com resultados sustentáveis”, disse.
Para Graciete, um líder precisa investir em seu autoconhecimento, capacidade de gerenciar conflitos geracionais e gerenciar o saber (de si mesmo e de seus liderados). Ela incluiu, ainda, a necessidade de o líder oferecer segurança psicológica; curiosidade (vontade de aprender sempre); empatia (colocar-se no lugar do outro) e humildade (reconhecimento de que ele também erra e precisa melhorar).
Sobre segurança psicológica ela diz que é a crença compartilhada de que ninguém será punido ou humilhado por expor ideias, dúvidas, preocupações ou erros de que todos da equipe estão seguros para assumir riscos.
“Vemos, portanto, o quanto ter bons líderes influenciam em tudo nas organizações. Não é uma questão de ser bom ou ruim, mas sim de ter empatia e ser estratégico”, concluiu.
Da Assessoria de Comunicação do CFA