Novas atividades devem forçar profissionais a buscar aprendizado consonante à nova tecnologia
Por Ana Graciele Gonçalves
A Inteligência Artificial (IA) tem desempenhado um papel cada vez mais importante em diferentes setores da economia ao trazer inovações e facilidades em várias áreas como indústria, comércio e serviços. Entre os exemplos de uso do recurso estão a automação de tarefas repetitivas e tediosas, melhoria da eficiência, personalização de serviços para atender às necessidades individuais dos clientes e a capacidade de processar e analisar grandes volumes de dados em tempo real.
A IA aumenta a produtividade e competitividade das empresas, além de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, ao permitir que eles se concentrem em atividades mais gratificantes e criativas. Não à toa, ela já é apontada como uma das principais ferramentas de trabalho para os próximos anos.
De acordo com estudo da consultoria McKinsey Global Institute, a IA tem o potencial de automatizar até 800 milhões de empregos até 2030. O mesmo levantamento também estima que ela criará até 900 milhões de novas ocupações.
Segundo especialistas, a IA é um caminho sem volta. De acordo com o administrador e professor, Fernando Guerra, os profissionais devem se preparar para o impacto da IA no mercado de trabalho, com o desenvolvimento de novas habilidades e conhecimentos que sejam complementares à nova ferramenta.
O administrador e CEO do Grupo Dinamizador, Jorge Cabral, tem a mesma opinião. Para ele, as organizações e os profissionais que não aderirem à IA correm o risco de perder espaço no mercado.
“As pessoas que adotam de forma consciente o uso da IA tendem a se fortalecer profissionalmente em termos de trabalhabilidade e empregabilidade. Já as organizações em estágio de liderança inovadora ou as que são seguidoras — atualizadas com a evolução dessa tecnologia — devem permitir o uso cauteloso da IA por parte de seus colaboradores. Isso resulta em maior produtividade, em comparação aos concorrentes que não a utilizam”, explica Cabral.
Caminho sem volta
A IA certamente tem moldado o mundo de uma maneira que não há retorno. À medida que a tecnologia avança, ela se torna cada vez mais sofisticada e onipresente. Segundo o administrador e CEO da X-Testing, Marcus Dratovsky, quem não se apropriar dessas ferramentas tende a ficar fora do mercado. “Em breve, nas entrevistas de emprego, isso será um divisor de águas, um requisito obrigatório”, opina.
Um estudo da Dell Technologies revelou que 85% das empresas acredita que a IA terá um impacto significativo em seus negócios nos próximos cinco anos. A pesquisa ainda apontou que as empresas que não investirem em IA podem perder até 20% de sua receita até 2025.
“É importante que os profissionais se preparem para o impacto da IA no mercado de trabalho, desenvolvendo novas habilidades e conhecimentos que sejam complementares à IA”, destaca o administrador Fernando Guerra.
Já o CEO do Grupo Dinamizador, Jorge Cabral, lembra que os profissionais de administração têm um papel fundamental nessa nova realidade. Para ele, as competências comportamentais (Soft Skills) são tão importantes quanto as habilidades tecnológicas (Hard Skills), uma vez que elas aprimoram a capacidade de resposta com qualidade em um mundo cada vez mais dinâmico.
Cabral conta ainda que não só usa a IA no seu dia a dia como também percebeu a necessidade de estudar mais sobre o assunto. Mesmo com mestrado em sua área, ele retornou às salas de aula e está cursando ‘MBA em Inteligência Artificial para Negócios’. Seu intento é futuramente ajudar seus clientes a criarem seus próprios atendentes virtuais integrados a redes sociais, tais como WhatsApp e Instagram. “Essa integração será realizada por meio da API do Chat GPT-4 da OpenAI”, revela.
Fernando Guerra e Marcus Dratovsky também fazem uso da IA, sobretudo de recursos como tradutores on-line, assistentes virtuais e IAs como Alexa e ChatGPT. “Em determinadas tarefas, a IA faz quase a totalidade do serviço, e eu apenas reviso quando se trata de documentos oficiais ou contratos. Aliás, esse é outro ponto importante: eu não faço e nem recomendo entregar toda a responsabilidade à IA. Ela me ajuda muito, mas eu sempre reviso, seja para correção ou mesmo para aprendizado pessoal”, finaliza Marcus.
Leia essa e outras matérias na RBA 158.