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Do novo ao velho ou remando contra a maré?

Enquanto maioria das organizações mundo afora oferece a opção de trabalhar em regime híbrido, no Brasil a maior parte das empresas convoca para o 100% presencial

Mesmo com o sucesso do home office em muitas organizações brasileiras, nos quesitos produtividade e adaptação, uma pesquisa da consultoria KPMG Brasil revela que existe forte tendência de retorno ao trabalho presencial em 2022. Segundo o levantamento, realizado entre julho e agosto de 2021, com 287 empresários, 52% dos entrevistados afirmam que retomarão o trabalho presencial ainda no segundo semestre de 2021 e outros 40% apontaram que o farão no primeiro semestre de 2022.

A maioria das empresas (85% delas) deverá, no entanto, mesclar entre o trabalho remoto e as atividades presenciais. Embora haja estranhamento por parte de fãs do trabalho a distância, uma vez que o home office pode trazer mais economia de insumos para as organizações, a medida indica preocupação com a saúde mental dos trabalhadores em isolamento e visa garantir o engajamento das equipes, bem como a qualidade de vida e a socialização.

Para a administradora e pesquisadora, Joyce Altaf, ainda que pesquisas mostrem o crescimento da produtividade em home office, existem questões estratégicas que devem ser pensadas antes de definir a modalidade como ideal para cada empresa. Segundo ela, além do tipo de negócio (mais presencial ou digital), outros fatores devem ser levados em conta antes da escolha, tais como equilíbrio emocional do colaborador, estabilidade em resolver demandas pessoais, existência de maior volume de horas trabalhadas, bem como dificuldade de relacionamento e de comunicação (antes e durante a pandemia).

“A função e o tipo de atividade empresarial impactam diretamente a possibilidade de a organização recrutar trabalhadores nos regime de home office ou presencial. Se a empresa e os funcionários estiverem bem adaptados, uma possibilidade interessante seria o regime híbrido, em que o funcionário poderia executar uma parte de suas tarefas em domicílio e outra na organização”, pontua.

Vantagens e desvantagens

Ainda que haja forte movimento de empresas conservadoras em querer voltar ao regime totalmente presencial, Joyce acredita que até mesmo os espaços físicos não comportarão mais tantas pessoas no futuro. Ela menciona, ainda, o movimento de digitalização do trabalho, em que milhões de funcionários decidiram mudar de casa e até de cidade, o que pode ser decisivo ao contratar mão de obra qualificada no novo cenário.

A pesquisadora destaca, ainda, pontos positivos e negativos das duas modalidades, presencial e a distância, o que ajuda na compreensão do cenário laboral. No home office, ela destaca como vantagem a maior flexibilidade na hora de entregar as demandas e a possibilidade de o funcionário trabalhar na hora em que for mais produtivo, desde que respeitados os prazos da empresa.

Na visão da administradora, a possibilidade de poupar insumos nas empresas e a vantagem de comer em casa e não uso de transporte, no caso dos funcionários, representam mais economia e qualidade de gestão e de vida, respectivamente. O tempo de deslocamento também poderia ser convertido em trabalho ou em descanso de acordo com a vontade do colaborador.

“Em contrapartida, como desvantagens do home office destaco a falta de contato com outros funcionários, o que pode interferir no desenvolvimento profissional e pessoal. Além disso, é maior o risco de vazamento de informações quando trafegados pela web”, diz.

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Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA