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[ CFA ] Administração sem fronteiras em debate na Plataforma do Conhecimento

Projeto faz um panorama de como a ciência da Administração é aplicada em diversos países

Nesta quinta-feira, 20, o projeto Plataforma do Conhecimento promoveu, ao vivo, um debate sobre “Administração sem Fronteiras: A TGA pelo mundo”. O assunto foi amplamente discutido pelo Núcleo de Estudos da Teoria Geral da Administração do Conselho Regional de Administração da Bahia (NETGA/CRA-BA). O evento aconteceu em Salvador-BA e foi transmitido pelo CFATV.

Participaram do debate os Administradores William Reimão, Elisângela Julião, Carlena Gurgel, Sandro Pinto e Robson Vieira. Na oportunidade, eles falaram das especificidades da Teoria Geral da Administração (TGA) praticada em diversos países como Japão e Alemanha e que podem ser aproveitadas no Brasil.

Administração Chinesa – William Riamão começou falando do mercado chinês e de como é a Administração na China. Naquele país, segundo o palestrante, busca-se dar maior ênfase às redes de relacionamento, o que eles chamam de guanxi.

Na cultura chinesa, o termo guanxi significa relacionamento e serve para qualquer tipo de relação. Mas no mundo empresarial chinês é entendido como a rede de contatos e conhecimentos entre várias partes que cooperam juntas e se apoiam umas às outras.

Sendo assim, na mentalidade do empresário chinês, para ter sucesso nos negócios é preciso ter o guanxi certo. Com ele, minimiza-se os riscos e as frustrações na organização. Em outras palavras, seria uma relação entre amigos que podem contar um com outro nos bons e maus momentos.

Para exemplificar, William citou o caso do empresário chinês Li Jinyuan que, para comemorar os 20 anos da sua empresa, a Tiens Group, levou 6,4 mil dos funcionários para conhecer Paris em reconhecimento pela contribuição que cada um dá a empresa.

Administração Alemã – Dona da economia mais importante da Europa e a quarta potência econômica mundial, a Alemanha tem muito a ensinar na área da Administração. No debate, a administradora Elisângela Julião falou que o país passou por muitas mudanças políticas e econômicas motivadas por vários fatores como guerras mundiais, por exemplo.

Hoje, as empresas da Alemanha possuem um alto faturamento e uma das características dessas organizações é a co-gestão. Por meio desse modelo, funcionários, sindicatos e empresários participam, em conjunto, das decisões organizacionais. Elisângela acredita que tal sistema pode ser adotado em todo o mundo, pois “torna mais competitivo o mercado de trabalho”.

Administração Japonesa – Outro país que precisou se reinventar após a guerra foi o Japão. A terceira maior economia do mundo, o Japão foi derrotado na Segunda Guerra Mundial e teve sua economia devastada. Para se recuperar, o país investiu em tecnologia. Mas não foi só isso: os japoneses tiveram papel fundamental nessa transformação por conta da cultura.

O povo japonês conserva, até hoje, traços característicos do código de ética dos samurais que é uma norma de conduta muito rígido. Chamado de bushido, que significa “caminho do guerreiro”, este código ensina que os samurais devem ser leais, resistentes, corajosos e disciplinados. Apegados a isso, os japoneses deram a volta por cima e viu sua economia se recuperar em menos de 30 anos.

Foi no Japão que nasceu o modelo Toyotismo cujas características são, entre outras, mão-de-obra multifuncional e qualificada, sistema de flexível de mecanização e aplicação de sistema just in time que é, segundo Elisângela, “prática inovadora que consiste em não acumular estoque, produzindo somente o necessário.”.

Administração Mexicana – Em relação a outros países, o México é pequeno do ponto de vista econômico. Entretanto, possui potencial para crescer e, de acordo com Sandro Pinto, a administração naquele países possuem duas características muito fortes.

A primeira delas é o acordo coletivo de trabalho. “Isso permitiu abertura de mercado e uma das vantagens desta prática é o fato de dispensar investimentos em supervisão e controle. Ou seja, diminuiu os custos”, explica.

A outra característica é de cunho cultural. Como os mexicanos são bem religiosos, as empresas se adaptaram para oferecer aos funcionários um espaço de convivência promovendo, inclusive, eventos religiosos.

Administração Angolana – Único país do continente africano apresentado na Plataforma do Conhecimento foi a Angola. De acordo com Robson Vieira, a parte de gestão naquele país caminha a passos lentos. Há várias razões para isso, segundo o palestrante.

Uma delas é que a Angola viveu, por 27 anos, uma guerra civil. O conflito armado começou em 1975, logo após o país declarar independência de Portugal. Atualmente, o país luta para se reerguer mas esbarra na corrupção. As grandes empresas angolanas são dirigidas por parentes do presidente.

“Angola é um país rico. Tem muito diamante e o pré-sal de lá é bem mais promissor do que o do Brasil”, afirma Robson. Ele ressalta, ainda, que muitas empresas que querem investir no país estão envolvidas em casos de corrupção com é o caso da Odebrecht.

Administração Russa – A Rússia é um país com enorme riqueza intelectual. Muitos vencedores do Prêmio Nobel são daquele país que, assim como a Alemanha e o Japão, passou por muitas crises políticas. O esforço russo é de retomar esse destaque mundial.

A administração de organizações naquele país usa o “jeitinho russo” para tornar caminhos mais flexíveis. Segundo William Reimão, a Rússia consegue se adaptar com muita rapidez redirecionando os modelos de administração para a realidade russa.

Administração Francesa – Sandro Pinto também apresentou a administração francesa. Para ele, há dois pontos que chamam a atenção na gestão dos negócios daquele país. Um deles é o “Tableau de Bord” que é um sistema semelhante ao Balanced Scorecard. Para ele, o tableau de board é uma ferramenta poderosa pois consegue fazer uma análise retrospectiva e prospectiva juntando passado e futuro em uma só análise. O segundo ponto é a estatística implicativa, sistema com origem na matemática. Segundo Sandro, o Brasil tem muito que aprender com esses modelos.

Sandro é o organizador da obra “Administração sem Fronteiras” volume 1 e volume 2. Os livros apresentam com mais detalhes as especificidades da Administração de alguns países. Interessados em adquirir os dois volumes da publicação pode mandar e-mail para admsf@sandrocmpinto.com.br.

O debate sobre “Administração sem Fronteiras: A TGA pelo mundo” está disponível na íntegra no canal do CFATV no YouTube.

Sobre o projeto – A Plataforma do Conhecimento é um programa de debates transmitido ao vivo pelo canal oficial do Conselho Federal de Administração (CFA) no youtube, o CFATV (www.youtube.com/cfatvoficial). O programa é dividido em dois blocos de 30 minutos. Os primeiros 15 minutos de cada bloco são dedicados à explanação e debate do tema. Já os últimos 15 são destinados às respostas de preguntas enviadas para e-mail cfaadm@gmail.com. Desde 2009, o projeto percorre diversos estados brasileiros para transmitir, por meio de uma didática descontraída, os temas mais relevantes da Administração.

 

Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Imprensa CFA