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Trajetórias e novidades do ensino abrem o ciclo de palestras do último dia do Enbra

Na manhã deste último dia de Enbra, 27/06, o conselheiro federal do CFA pelo estado do Maranhão, Jaylson Nunes, foi o mediador no evento denominado “Tendências Tecnológicas: Inovando nos Processos de Gestão Educacional”, realizado no auditório 2. Após apresentar os palestrantes ele passou a palavra para o doutor em administração Antônio Carbonari Neto.

O professor Carbonari contou sua trajetória profissional e suas dificuldades e acertos rumo ao êxito na abertura de suas instituições. Ele contou sobre seu trabalho no armazém de seu pai até sua trajetória como professor e depois como foi a criação do grupo Anhanguera Educacional e da mais recente a Must University.

Carbonari é fundador, CEO e um dos principais acionistas da Anhanguera Educacional, holding que reúne18 instituições de ensino superior no Estado de Paulo com ramificações em outros estados brasileiros e no exterior. Ele contou sobre as dificuldades encontradas junto às autoridades do Brasil e do exterior para viabilizar sua Instituição de Ensino Superior (IES) e disse que a legislação era restritiva com relação aos cursos EADs para mestrado e doutorado, mas que isso não foi impeditivo para que se adequasse às exigências para que a Must University prosperasse.

“Determinação e propósito são fundamentais para viabilizar qualquer negócio. Não foi fácil, mas nos tornamos no maior grupo educacional do mundo até hoje”, destacou.

Preconceito

Na sequência, o professor Kahlil Vianna, do grupo Estácio, falou das complexidades culturais sobre o preconceito em relação ao ensino a distância (EAD). Ele destacou que os tempos mudaram e que as novas gerações aprendem mais com vídeo aulas no Youtube e em outras plataformas.

“Percebo que as novas gerações aprendem bastante com aulas e vídeos no Youtube, então porque não colocar uma plataforma com ainda mais preparo pedagógico para que as pessoa façam um curso superior?”, questiona.

Carbonari concorda e diz que as aulas presenciais igualmente podem ter questionadas pelas suas qualidades. Lembra que há professores que mal dão atenção aos alunos e ainda cobram conteúdos que mal lecionaram, mas cobram nas provas.

“É um preconceito sem fundamento. Você pode discutir a qualidade de determinadas aulas, mas não o formato em si, pois este ainda oferece a oportunidade de o aluno voltar a aula, assistir quantas vezes quiser e estudar quando estiver em seu melhor momento”, diz.

Carbonari diz que parte do preconceito se deve ao temor de muitos professores de ficar sem emprego. Afirmou que o corporativismo é algo que deve ser combatido e que a tecnologia jamais vai tirar emprego dos bons professores.

Mudanças

Já o professor e pesquisador Carlos Gustavo da Silva destacou as mudanças mais recentes no cenário educacional. Destacou a eficiência e personalização, além da tecnologia como centro da mudança educacional, entre elas a gestão baseada em dados.

Segundo Silva, a IA analisa os desempenhos e personaliza os aprendizados. Ocorre ainda a automatização de tarefas e apoio na tomada de decisão, bem como diagnósticos individuais.

Alguns dos recursos existentes na atualidade estão o uso de estratégia de jogos, com sistema de pontuação, bem como aplicações diversificadas, conforme o objetivo do aprendizado. A imersão com o uso de realidades virtuais e aumentadas já são utilizadas tanto para ambientes educativos e até para avaliação no mercado de trabalho.

Um dos pontos fortes da tecnologia no ensino, segundo Silva, é a adaptação do conteúdo, o feedback em tempo real e aprendizado sob medida. “Uma das características fortes desses novos modelos é que o erro agora é visto como aprendizado e sua correção ajuda na absorção dos conteúdos”, diz.

Segundo Silva todas as inovações devem contemplar a inclusão e acessibilidade, sobretudo, para pessoas cegas e surdas. As competências socioemocionais também devem ser incluídas de modo a serem trabalhadas nos estudantes, além da gestão eficiente.

“A tecnologia é uma aliada estratégica para a inovação na gestão educacional. Além disso, os gestores devem promover a cultura digital com a formação contínua, pois o desafios incluem equidade de acesso, atualização constante e sustentabilidade”, encerrou.

Da Assessoria de Comunicação do CFA