Quais são as principais novidades e tendências de RH na atualidade? Para o administrador e conselheiro empresarial de executivos, Tadany Gargnin, a tecnologia lideraria essas mudanças, e a onda de inovação com o uso de Inteligência artificial atual não é uma ameaça, está apenas no início, mas muito em breve será grande e avassaladora para quem não a utiliza.
Segundo Cargnin, pesquisa realizada pela gigante IBM revelou que empresas maduras adotantes de IA relataram economia de custos e maior eficiência expressivos devido à implementação de IA nas organizações. Ele apresentou dados que revelaram que 21% apresentaram menor custo total da função de RH por funcionário; 13% mais funcionários atendidos por função de RH FTE (Full time equivalent) e 25% menos tempo que os funcionários de RH gastam em tarefas repetitivas e redundantes.
O administrador ressaltou o grande impacto da IA nas métricas de RH. Na aquisição de talentos, 18% dos entrevistados apresentaram taxa maior de retenção em 12 meses, e no desenvolvimento de talentos apresentaram 20% de tempo mais rápido para diminuir espaço entre necessidade de habilidades e treinamento.
“Outros dados importantes na gestão de talentos é a redução em 29% da taxa de rotatividade voluntária, após o uso inteligente da IA. Houve, ainda, aumento de 25% no aumento de vagas preenchidas por candidatos internos e 20% de tempo de ciclo mais rápido para atender solicitações diversas”, relata.
Em sua palestra, Cargnin ressaltou ainda que as organizações que otimizaram a IA em RH são mais eficazes no apoio à tomada de decisões relacionadas ao talento. Os adotantes maduros de IA em RH ainda possuem um retorno de investimento (ROI) médio de 80% para todas as iniciativas de IA e 40% para iniciativas de IA generativas.
“É possível afirmar que 100% das organizações estão sentindo o impacto da IA e da automação. As pessoas estão sofrendo para entender seus papéis nesta nova Era, porém sem risco não há progresso, por isso é preciso estar antenado em tudo o que está acontecendo não apenas no Brasil, mas também no exterior”, concluiu.
Humanização
Com uma abordagem menos tecnológica, Eva Rosa Santos, palestrante e especialista em Psicologia Social e Organizacional, destacou os principais desafios enfrentados pelas lideranças na atualidade que são: engajar equipes remotas e híbridas, reter talentos em mercados competitivos e adaptar-se às mudanças rápidas e constantes.
Eva deu destaque à importância da diversidade e inclusão nas organizações, com foco na representatividade. No entanto, destacou o impacto da tecnologia na gestão, e também da saúde mental como prioridade no ambiente de trabalho.
Na sequência explicou o que seria uma liderança humanizada sob sua visão. “É a visão que valoriza as pessoas como indivíduos, e não apenas recursos. Ela apresenta empatia, escuta ativa e confiança (nos colaboradores) como parte de suas rotinas constantes”, explicou.
Eva ainda enumerou quatro pilares para gestão humanizada de seu método, chamado “Inspira”. O primeiro deles seria cuidar, ao focar no autocuidado e no equilíbrio emocional; e o segundo é o que chamou de “crescer”, ao promover o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais de lideranças.
O terceiro seria conquistar ou alcançar objetivos e metas pessoais e profissionais. Já o quarto pilar seria criar uma base sólida para as carreiras tanto do líder quanto de sua equipe.
“A gestão humanizada pode acontecer de diferentes formas, uma delas é por meio do planejamento estratégico de talentos, com avaliação contínua e desenvolvimento de competências. Outra é por meio do feedback e reconhecimento genuíno, sem elogios com outros ‘mas’ para pontuar algo que precisa ser melhorado, pois cada ação tem seu momento de acontecer”, finalizou.
O debate teve como moderador o administrador Francisco Costa, diretor da Câmara de Administração e Finanças (CFA), que elogiou o conteúdo trazido pelos palestrantes e agradeceu ao público pela participação.
Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA