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Por que falar em felicidade no trabalho?

Em um mundo cada vez mais acelerado, competitivo e pressionado por resultados, um tema vem ganhando espaço nas conversas dentro das empresas: a felicidade no trabalho. O que antes podia parecer um luxo ou até um tabu corporativo, hoje se revela uma peça-chave para o sucesso de pessoas e organizações.

Esse foi o assunto da palestra que abriu o segundo dia do Encontro Regional de Profissionais de Administração da Região Sul (Erpa Sul). O evento, promovido pelos Conselhos Regionais de Administração de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, com apoio do Conselho Federal de Administração (CFA), aconteceu em Florianópolis-SC.

Com o tema “Por que falar em felicidade no trabalho?”, o painel foi mediado pelo presidente do CRA-PR, Adm. Gilmar Silva de Andrade. Segundo ele, a felicidade é essencial para o bem estar no trabalho, produtividade e motivação. “Tudo isso torna os desafios fáceis de superar, reduzindo o estresse e melhorado a qualidade de vida.”, comentou o presidente.

Um dos painelistas foi o fundador e sócio da Ora Estratégia, Inovação e Governança, Cristiano Venâncio. Ele começou lembrando que a estrutura atual nasceu na revolução industrial. Contudo, a regra do jogo mudou.

“Não dá pra olhar para gente como se a gente estivesse numa esteira de produção e fôssemos apenas um número. Se a regra do jogo mudou, é sobre a capacidade de tomar melhores decisões na nossa visa. Da hora que a gente acorda, até a hora que a gente dorme, estamos tomando decisões.”, destacou.

Cristiano chamou atenção para um fato: o Brasil é um dos países mais ansiosos do mundo. São cerca de 300 milhões de pessoas depressivas e ansiosas, realidade que já está custando à economia global 1 trilhão de dólares por ano. “Precisamos olhar com responsabilidade todos esses casos”, alertou.

Se um colaborador da sua equipe dissesse hoje ‘estou cansado emocionalmente’, como você responderia?

A especialista em Ciência da Felicidade e CEO da @BeHappier.app, Flávia da Veiga, trouxe um série de questionamentos para o público. Ela comentou que muitas pessoas estão sendo afastadas do trabalho por problemas de saúde mental. “Se a gente não começar a pensar a gestão de forma sistêmica, essa realidade não vai mudar. Precisamos ter um olhar mais humanizado”, disse.

Ao refletir sobre felicidade organizacional, Flávia ressaltou que é preciso pensar o assunto em três dimensões: dimensão do indivíduo, dimensão das relações e a dimensão da organização. “Para fortalecer a saúde social, gosto de propor a regra do 3-5-1. Dedicar atenção a três pessoas próximas, interagir com, no mínimo cinco pessoas como, por exemplo, colegas de trabalho, e dedicar uma hora por dia para aprofundar as relações”, sugeriu a palestrante.

É o sucesso que traz felicidade ou a felicidade que traz o sucesso?

Para a cofundadora da Collab Soul, conselheira da World Happiness Foundation e idealizadora do Felicidade Exponencial, Michelle Taminato, a felicidade é a causa. “Pessoas mais felizes tendem a ser muito mais bem sucedidas nas relações. Pessoas mais felizes não enchem o saco, não fazem fofoca, não se preocupam com a vida alheia”, alertou.

Diferente de alegria e prazer, a palestrante comenta que a felicidade é algo muito mais profundo. “É uma habilidade que pode ser desenvolvida. A maior parte é prevista por nossas atitudes, e isso nos coloca como protagonistas da nossa própria vida, da nossa própria felicidade. A felicidade está dentro do nosso cérebro, é a forma como interpretamos esses fatos.”, ensinou.

Michelle trouxe, ainda, uma das ferramentas que, segundo ela, ajuda a melhorar a felicidade: meditação. Por alguns minutos, ela colocou o público para respirar fundo e participar de uma meditação guiada. “Isso ajuda a focar e olhar a vida de forma mais positiva”, disse.

Com o tema central “60 anos de Administração no Brasil: Conquistas, Desafios e o Futuro da Administração”, o Erpa Sul 2025 reúne profissionais de administração, estudantes e gestores para discutir e pensar o futuro da profissão. O evento continua nesta sexta-feira, 16 de maio.




Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Comunicação CFA