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Impacto é maior entre profissionais liberais e microempresários

Estudo feito pelo Conselho Federal de Administração revelou que 59,3% de quem trabalha por conta própria precisou interromper suas atividades. Além disso, a maioria afirmou que a ajuda de R$ 600 liberada pelo governo será parcialmente eficiente para minimizar os prejuízos da crise 

 

A pandemia da Covid-19 não está afetando apenas a área da saúde: ela mudou a rotina de milhões de trabalhadores em todo o mundo, trazendo muitas mudanças no cenário econômico e social. Com o objetivo de avaliar a percepção de profissionais e estudantes sobre os impactos da crise do coronavírus na sociedade brasileira, o Conselho Federal de Administração (CFA) realizou pesquisa de opinião. O estudo revelou que a maioria está preocupada com a situação e boa parte teve suas atividades profissionais paralisadas por conta do isolamento social adotado para mitigar o avanço da doença.

A pesquisa ouviu, de 28 a 31 de março, 1.353 pessoas de cinco grupos: profissionais liberais, empresários, servidores públicos, empregados privados e estudantes. A maioria – 30% – dos respondentes foi de servidores. Nesse grupo, boa parte foi liberada para fazer home office. Para 36% deles, a produtividade do trabalho em casa é a mesma e quase 72% não acreditam que a redução temporária de salário e de jornada de trabalho terá impacto positivo no combate à crise do coronavírus.

Preocupação entre profissionais liberais

Uma das categorias mais prejudicadas com a pandemia do coronavírus é a dos profissionais liberais. Segundo a pesquisa feita pelo CFA, 30% das pessoas desse grupo trabalham com consultoria e 27,4% recebem até dois salários mínimos. Além disso, 59,3% afirmaram que cessaram suas atividades em virtude de algum decreto, seja em nível federal, estadual ou municipal.

Para minimizar os prejuízos, o Governo Federal liberou uma ajuda financeira de R$ 600 reais. Alguns estados e municípios também adotaram medidas econômicas. Contudo, para 57,7% dos profissionais liberais a ajuda será parcialmente suficiente; 33,6% acreditam que o apoio, apelidado de “coronavaucher” é completamente insuficiente e apenas 7,9% concordam com o incentivo financeiro.

Empresários e empregados

A maioria – 77,9% – dos empresários que respondeu a pesquisa é microempresário, grupo que ficou de fora da linha de crédito emergencial liberada pelo Governo Federal e o Banco Central. Infelizmente, mais da metade (52,1%) deles não possui qualquer metodologia de Gestão de Riscos na empresa.

Para o diretor da Câmara de Gestão Pública do CFA, setor responsável pela pesquisa, Fábio Mendes Macedo, o planejamento estratégico de modo geral, aliado ao planejamento de riscos “é essencial para que as empresas passem por momentos de dificuldade e crises sem muitos prejuízos”.

Diante desse cenário, boa parte cogita dispensar funcionário e, para 39% dos empresários, um dos fatores que pesará na hora da demissão será o tempo de empresa, seguido do quesito “alto salário” – 13%.

Entre os empregados privados, a preocupação com o coronavírus é alta, mas a maioria está otimista. Dos 364 trabalhadores que responderam a pesquisa, 63,5% acreditam que não ficarão sem emprego nos próximos dois meses. Fábio explica que, como a maioria –  53,3% – está em home office, ou seja, continuam exercendo suas atividades, o risco do desemprego é reduzido.

Estudantes

A pesquisa também ouviu os estudantes. Para 51% das pessoas desse grupo, as aulas continuam por meio do ensino a distância. Entre os 211 que participaram do levantamento, 50,7% estuda em universidade pública; os demais são da rede privada. Os pais ou a família são os responsáveis pelo custeio de 37% dos alunos que responderam a pesquisa, mas a maioria informou que a renda familiar é de até dois salários mínimos.

A pesquisa está disponível, na íntegra, no site do CFA. Clique aqui e confira.

 

Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Comunicação CFA