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Perfil administradoras empreendedoras traz resultados expressivos

Resultado traz um panorama sobre a realidade das administradoras brasileiras que atuam no Brasil e no exterior

Conhecer o perfil empreendedor das profissionais de Administração – este foi o intuito do primeiro levantamento do tipo, comandado pela Comissão ADM Mulher nacional. A definição ocorreu entre os meses de agosto e setembro de 2023, durante reuniões on-line da equipe ‘Empreenda Mulher’, ao estabelecer seu plano de ação.

O levantamento foi coordenado pelas administradoras Carolina Menezes, professora do ‘Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA)’, e Joice Fabricio, coordenadora da ‘Equipe de Apoio Empreenda Mulher’, doutora em administração e professora da Unimater em Pato Branco-PR. “Foi um trabalho feito a muitas mãos, com a decisiva contribuição das demais profissionais componentes da nossa equipe”, enfatiza Joice.

Já de acordo com a coordenadora nacional da comissão ADM Mulher, Adm.ª Rita Maria Silveira, que supervisionou o trabalho, o levantamento teve como propósito fornecer dados para a formulação de ações direcionadas para o apoio do empreendedorismo feminino entre as mulheres registradas no sistema CFA/CRAs. “Tivemos resultados muito expressivos e surpreendentes, como a vontade de mais de 90% das administradoras respondentes de participar das redes de apoio ao empreendedorismo”, diz Rita.

Metodologia

O questionário continha questões abertas e fechadas, e foi produzido na ferramenta Google Forms. Após sua produção, o conteúdo foi enviado por e-mail às profissionais registradas no sistema CFA/CRAs de todo o Brasil.

Ao todo, 1.231 profissionais responderam ao questionário entre os meses de novembro de 2023 e abril de 2024. A análise foi feita a partir de estatística descritiva.

Resultados

Em relação às regiões brasileiras, a participação foi mais expressiva no Sul e Sudeste, com 30% e 27% respectivamente, entre as entrevistadas. Do Nordeste foram 19% das respondentes, do Centro Oeste 12%, do Norte 12%, além de 0,4% do exterior.

“A pesquisa conseguiu abranger todas as regiões do país, de norte a sul. Houve até a participação de profissionais com residência no exterior”, explica Carolina Menezes.

Ao analisar a faixa etária, aproximadamente 40% das participantes se encontram entre 40 e 50 anos de idade; 28% entre os 29 e 39 anos; e pelo menos 19% entre os 51 e 61 anos. “Em nosso levantamento, observamos que mulheres entre os 30 e os 60 anos são praticamente dois terços das respondentes”, analisa Carolina.

Questionadas sobre seu perfil racial, aproximadamente 61% das respondentes se autodeclararam brancas; 29% pardas; 6% pretas; 3% amarelas e apenas 0,32% como indígenas. “Parece seguro afirmar que a amostra representa o perfil geral das mulheres profissionais de administração. A diversidade ainda é pequena”, analisa Joice Fabricio.

Escolaridade e empreendedorismo

A pesquisa avaliou, ainda, o nível de escolaridade, ou seja, se as respondentes possuíam pós-graduação, em qualquer área, e não apenas em administração. Cerca de 60% responderam possuir especialização, 11% mestrado, 2% doutorado e 1% pós-doutorado.

Pelo menos 26% das respondentes afirmaram não possuir pós-graduação. “Vemos aqui lacunas que o sistema CFA/CRAs pode ajudar a sanar como ampliar as vagas nos cursos de especialização e também nos cursos Strictu Sensu”, afirma Rita.

Quanto à formação, cerca de 85% das respondentes eram bacharelas em administração, 10% tecnólogas, e 3% técnicas. Outras formações na área de administração, como pós-graduações, representaram apenas 2% das respondentes.

Carolina esclarece que não foi questionado o nível de escolaridade da respondente, mas sim qual formação ela possuía na área de administração. Questionadas em relação ao conhecimento sobre o empreendedorismo adquirido ao longo da formação, 55% afirmaram ter cursado a disciplina de “Empreendedorismo” no curso superior.

Outras 26,5% entrevistadas afirmaram ter cursado a disciplina na pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado etc.) e 6,7% no nível técnico ou médio. “Em nosso levantamento, 28% das participantes disseram nunca ter cursado esta disciplina. Isso preocupa, porque o empreendedorismo é uma alternativa importante para as profissionais de administração”, analisa Joice.

Administradoras empreendedoras

O levantamento identificou entre as participantes aquelas que possuíam ou não negócios, sejam formais ou informais. Cerca de 60% das respondentes afirmaram não possuir um negócio; 31% declaram possuir um negócio formalizado e 9% declararam que possuíam um negócio informal.

Entre as participantes que possuíam um negócio formalizado, pelo menos 40% eram microempresas: 28% eram MEI e 24% eram pequenas empresas.

Quanto às áreas de atuação em negócios, dez ramos concentram pelo menos 76,3% das respostas das participantes. “O destaque vai para a área de ‘Consultoria, cursos e treinamentos’, onde atuam 27,31% dessas empresas”, afirma Rita.

Apoio ao empreendedorismo

O levantamento também mapeou em quais áreas a respondente mais precisava de apoio para melhorar o desempenho do seu negócio. Entre as mais demandadas estão Marketing e Vendas com 57% das respostas, Finanças com 39,6% e Planejamento com 29,7%.

Por fim, a pesquisa mapeou o desejo das participantes em receber convite para participar de alguma rede que incentivasse o empreendedorismo feminino e a inovação. Dentre as mulheres que possuem negócios formalizados 91% afirma que sim; entre as que possuem negócios informais o número sobe para 96%; e mesmo entre aquelas que não possuem negócio próprio 78% gostaria de participar de uma rede de mulheres empreendedoras.

“É possível que as profissionais de administração sintam-se isoladas em suas dificuldades. Por isso, temos de pensar em criar esse espaço coletivo, que dê suporte e incentivo às nossas registradas”, finaliza a coordenadora do Adm Mulher, Rita Silveira.

Por Assessoria de Comunicação CFA