Conduzir uma comunicação eficiente e transparente é uma das tantas ações que o RH precisa adotar para esclarecer colaboradores sobre os momentos de crise
Não é novidade que o mundo passa por uma pandemia de coronavírus. Contudo, a crise de saúde também está afetando a economia em muitos países. No processo de adaptação à nova realidade, as organizações precisaram se reinventar para minimizar as perdas econômicas. Nesse cenário, umas das áreas mais estratégicas dentro das empresas é o Recursos Humanos.
Para a presidente do Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul (CRA-RS), administradora Cláudia Abreu, o papel do gestor de RH em momento de crise é amplificado. “Ele tem que saber comunicar as verdades, tem que acalmar as equipes de forma transparente e eficaz. Quando tiver as respostas, deve comunicá-las, mas quando não souber é preciso ter humildade e reconhecer que nem sempre sabemos as respostas”, disse.
Uma das habilidades essenciais que o gestor de RH precisa ter nesse momento é sensibilidade. “Em meio a crise, o RH deve estar acessível e sensível às diversas necessidades de cada colaborador, buscando estar próximo de algum modo”, explicou o coordenador de Recursos Humanos do Conselho Federal de Administração (CFA), Isaías Santos.
Em meio às incertezas, o RH tem, ainda, que o papel de estar atento à saúde do colaborador. Com medo do futuro, muitos podem desenvolver ansiedade e estresse. Para Cláudia, a forma de diminuir esse risco é investindo em comunicação clara e ágil. Definir metas para os funcionários pode, também, ajudar a equipe a entender o que pode ou não ser feito neste momento de crise.
RH remoto
Uma das tendências que chegaram com tudo durante a pandemia foi o home office. A prática não é novidade na área de RH, pois algumas empresas e órgãos públicos já adotam ela há anos. Quem ainda não estava preparado para essa realidade, precisou “se virar nos 30” para dar conta do recado.
Os colaboradores precisaram criar rotinas em suas casas e os gestores de RH e líderes de outros setores da organização tiveram que aprender a gerir equipes a distância. Para manter todos engajados, entra em cena a tecnologia. “Deve haver um acompanhamento diário, preferencialmente com reuniões virtuais que tenham imagem. Isto traz mais profissionalismo e ‘diminui’ a distância entre os colaboradores”, diz Isaías.
A experiência em home office também é uma novidade para Cláudia Abreu. Mas ela acredita que o momento seja oportuno para abrir-se ao novo. “Acredito que quando você constrói uma nova forma de trabalhar com a participação coletiva, tudo fica mais tranquilo e o resultado é algo que todos querem mostrar que dará certo, até porque quando voltarmos à normalidades posso estar provando que sou mais produtivo trabalhando na minha casa”, defendeu a administradora.
Disciplina e resiliência
Para que o home office dê bons frutos, duas habilidades comportamentais – chamadas soft skills – são essenciais: resiliência e disciplina. “Apesar de continuar sendo a mesma que sou na empresa, tenho que ter uma habilidade de ir até a cozinha da minha casa pegar um café e voltar para o ‘escritório’ sem perder o foco”, comenta Claudia.
A resiliência fortalece para os momentos de adversidade e a disciplina ajuda a manter a produtividade. Neste último caso, é importante investir em metas diárias e delimitar o tempo do trabalho e o tempo da família. Para Cláudia, tem muita gente trabalhando duro dentro de casa. “Não sei vocês, mas a minha carga de trabalho aumentou”, finalizou.
Ana Graciele Gonçalves
Paulo Melo
Assessoria de Comunicação CFA