A integração de novas tecnologias, o papel dos profissionais de Administração e a melhoria na gestão de recursos foram apontados como pilares fundamentais no segundo painel sobre Gestão da Saúde do Fórum Internacional de Administração (FIA), na manhã desta quinta-feira (5), em Gramado. O evento enfatizou ainda a necessidade de uma abordagem colaborativa, envolvendo gestores, profissionais e a comunidade para construir um sistema de saúde mais eficaz e igualitário. Mediada pela conselheira e ex-presidente do Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul (CRA-RS), a administradora Cláudia Abreu, abriu a palavra falando da complexidade do tema.
“Acho importante nós falarmos que saúde ela está lá na Constituição. Está previsto no artigo 196, onde a saúde é o direito de todos e o dever do Estado garantir mediante políticas públicas de saúde e econômicas, que visem a redução de risco da doença. Então, o quanto é complexo gerir uma área onde nós temos diversas empresas, digamos assim, dentro de uma instituição hospitalar com diversas abordagens e nós temos que ser gestores sabedores de políticas públicas de saúde e termos toda essa questão de inovarmos também nessa área”.
A doutoranda e mestre em Gestão da Saúde, a administradora Andrea Prestes, foi uma das palestrantes do painel e destacou o poder transformador da área, além dos desafios.
“Como é importante nós todos aqui, independente de atuarmos ou não na área da administração, pensarmos na gestão em saúde. Pensarmos como nós, administradores, podemos ser agentes de transformação de um sistema. Um sistema com diversos desafios para que ele funcione. Começando pelas necessidades de saúde ilimitadas da população e, como vocês sabem, recursos limitados. Então o primeiro desafio é como equilibrar essa equação. O envelhecimento populacional, que cada vez mais os países vêm enfrentando, o aumento dos custos, a pandemia que trouxe rápidas mudanças e necessidade de transformação organizacional”.
A administradora Andrea Prestes também reforçou a necessidade de se fazer uma transição de modelo na área.
“Nós precisamos sair do modelo patogênese, que é voltado e focado na patologia, ou seja, na doença, foca na doença, para o modelo salutogênese, que é um modelo voltado para a saúde”.
A segunda palestrante do painel veio direto de Portugal, a administradora hospitalar, doutora em gestão e mestre em ciências empresariais, Ana Escoval. Ela lembrou do lado financeiro para um bom funcionamento dos hospitais.
“Temos de modificar muitos comportamentos, temos de alterar, efetivamente, o sistema numa rota que vá de encontro àquilo que as pessoas precisem, mas se mantenha sustentável. O dinheiro é finito e eu lamento muito dizer que se nós não conseguirmos geri-lo bem e se não conseguirmos discutir bem como é que podemos captar, ir buscar esse dinheiro para fazer bem, nenhum administrador, nenhum gestor conseguirá, em lugar algum, fazer bem o seu trabalho”.
A especialista em saúde portuguesa, Ana Escoval, acrescentou a importância da equidade nos serviços prestados à população e a busca de inovação.
“Normalmente quando a pessoa está doente e necessita mais dos serviços de saúde, é quando eventualmente necessita mais também de dinheiro para fazer face a essas despesas, e muitas vezes não tem. Portanto, aqui há uma palavra fundamental que é equidade. Nós devemos garantir o máximo de equidade às pessoas. E os gestores devem ser incentivados a ir à busca de soluções criativas ajustáveis a estes resultados que são necessários, em vez de seguirem os modelos tradicionais de prestação de serviços que conhecemos”.
A programação do FIA continua até sexta-feira (6), no Hotel Master, no Rio Grande do Sul. O Fórum promove ao longo de três dias debates, palestras e painéis com importantes nomes da Administração do Brasil e do mundo. Para mais informações e inscrições online acesse o site: fia.org.br.
Sacha Bourdette
Assessoria de Comunicação CFA