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Métodos de resolução de conflitos são debatidos entre palestrantes do FIA

A primeira palestra, do último dia do FIA, foi marcada pelo tema “Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos”. Moderada pela administradora e conselheira do CRA-MG Tânia Zambelli, o evento teve como convidados o advogado argentino e mediador de conflito Alejandro Nató e o consultor empresarial e presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem Empresarial do DF (ACDF), Eduardo da Silveira Vieira. 

A palestra foi iniciada pelo advogado argentino que ressaltou que o conflito está presente em todos os aspectos da vida. Ele convidou os presentes a se observarem nos conflitos suas posturas e contextos, sobretudo, sob a perspetiva das desigualdades sociais e econômicas. 

Alejandro Nató trouxe ainda como objeto de sua explanação os aspectos desorientação, desigualdade, democracia, diversidade, desigualdade social, direitos e dignidades. Sobre a desorientação, ele chamou atenção sobre como os conflitos surgem, o que segundo ele aparecem exatamente como uma consequência das desigualdades de forças entre os polos de um conflito.

Na sequência, ele trouxe a diversidade como sendo modos diferentes de ser e ver a realidade social, mas também como uma oportunidade. “Onde as pessoas veem apenas um obstáculo pode existir uma grande oportunidade de conhecer o outro e saber quais são as suas necessidades”, ponderou.  

Diferente da desigualdade em geral, presente em todas as esferas da vida, ele pontuou a desigualdade social como uma das principais fontes de conflitos na atualidade. Já o direito e o respeito às dignidades seriam as chaves por onde passam o êxito da resolução de conflito e embates sociais e econômicos.

“A confiança e o diálogo são a meu ver os principais caminhos para melhorar as soluções. Porém, o melhor caminho é sempre prever porque acontecem e entender as forças que estão por trás de cada demanda”, diz Nató.

Mecanismos

O segundo palestrante foi Eduardo Vieira, que revelou que em média são precisos sete anos para resolver conflitos na justiça. Para ele, é preciso recorrer a outros mecanismos para diminuir o tempo e por vezes até mesmo evitá-los.

“O conflito bate à nossa porta a todo momento. Ao se deparar com ele, tente olhar pela perspectiva positiva, e não pela negativa, como somos condicionados a fazer: vejam como uma oportunidade de melhoria”, recomendou aos presentes.

Vieira também discorreu sobre a importância dos métodos ‘negociação’ e ‘mediação’, mas explicou que para cada um deles é preciso ter preparo técnico para realizá-los. Ressaltou que tais métodos são janelas de oportunidades para as organizações, porém que o melhor é não precisar deles, tendo em vista que um olhar pluralista e a prevenção seriam as melhores saídas e oportunidades.

Resumo

Ao final, Tânia destacou falas de Alejandro em especial sobre a impossibilidade de obrigar alguém a ver ou escutar, caso a pessoa não queira. Na sequência ressaltou a questão do autoconhecimento sobre a posição no conflito.

“Vimos aqui que as pessoas precisam se perguntar quem elas são (se conhecerem) para analisar como elas estão inseridas nos conflitos. É preciso investir em ações para entender onde e como podemos dialogar, pois a escuta ativa pode ser a principal ação de prevenção e mediação de conflitos˜, concluiu. 

Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA