Atual conjuntura da gestão pública brasileira é resultado da escassez do tema nas universidades
De acordo com a Pesquisa Nacional do Perfil do Administrador, realizada pelo CFA, 57,5% dos Administradores gaúchos atuam em organizações privadas, enquanto 31,7% exercem suas atividades no setor público. Os dados revelam que a atual conjuntura da gestão pública brasileira sofre com a ausência de profissionais capacitados para a área, assim como o sistema acadêmico das universidades necessita de especialização em Administração pública ou de disciplinas voltadas para o tema que estejam presentes na grade curricular do curso de Administração.
Segundo a pró-reitora do curso de Administração da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Adm. Neiva Maria Cantarelli, as organizações públicas estão se modificando em busca de aprimorar seus processos de trabalho para atender à sociedade de forma mais efetiva. “Os profissionais que atuam na Administração pública precisam inovar sempre, utilizando novas metodologias e buscando capacitações permanentes para fazer parte do mercado de trabalho”, ressalta.
É neste contexto que tem se notado a falta de profissionais com domínio em Administração pública, ou seja, gestores com conhecimento mais aprofundado na esfera pública. Dessa forma, o sistema acadêmico deve oferecer especialização na área para os estudantes de Administração. “Os órgãos públicos oferecem um número significativo de vagas para o cargo de Administrador, porém a ausência de um conteúdo direcionado para a Administração pública afeta diretamente a formação desses profissionais”, destaca a Adm. Neiva.
A crise econômica e política no Brasil é consequência de diversos fatores. Segundo a Adm. Neiva, entre eles está a necessidade de profissionais com expertises técnicas e conhecimento aprofundado em Administração pública para desenvolver uma gestão eficiente. “É essencial a profissionalização e especialização dos gestores públicos e, nesse sentido, o ensino da Administração, pode contribuir principalmente em relação às mudanças na formação desses profissionais, no perfil dos alunos e, consequentemente, nas competências exigidas pelo professor”, analisa.