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Gestão de risco é diferencial do planejamento à mensuração

Além de prever possíveis ameaças, também alinha cultura organizacional e aumenta nível de segurança do fluxo de informações

Escândalos de desfalques, fraudes e corrupções em instituições públicas e privadas  fizeram com que o segmento de Gestão de Risco aumentasse sua importância substancialmente no Brasil, nos últimos anos. Exemplos são muitos e vão desde desfalques na Petrobras – que levou à visibilidade nacional da Operação Lava Jato – até fraudes e desfalques no Banco Panamericano, que pertencia ao apresentador e empresário, Sílvio Santos.

Pesquisa realizada pela empresa de consultoria e auditoria KPMG, denominada CIO 2018, destacou o gerenciamento de ameaças — em especial os operacionais e de segurança de informação — como prioridade para os 4 mil gestores e executivos, consultados na entrevista. De acordo com o estudo, houve aumento de 25%, em relação ao ano anterior, no número de executivos que agora passaram a priorizar o segmento como ferramenta imprescindível contra possíveis ameaças ao negócio em que trabalham.

No mesmo levantamento, os gestores também relataram que ações de gestão de risco podem aumentar o lucro de empresas em até 38%, em relação aos concorrentes. Os dados da KPMG ainda mostram que o procedimento contribui para criar e melhorar relacionamentos comerciais entre as instituições.

Segundo o auditor de Controle Interno, Lúcio Carlos de Pinho Filho, o segmento contempla atividades organizacionais cuja finalidade é a identificação, análise, avaliação, registro e tratamento de ações e informações. O segmento contempla medidas que reduzem a probabilidade de ocorrências e mantém as ameaças em níveis controláveis.

O termo risco, segundo Pinho, possui mais de uma interpretação, significado ou sentido. No mundo corporativo pode ser enfocado o efeito, ou impacto, e as incertezas: neste caso, mercado, tecnologia, economia e cultura — nos objetivos organizacionais.

Ele ressalta que as organizações estão sujeitas a fragilidades, em virtude de as estratégias organizacionais visarem o futuro. A gestão, neste caso, teria o propósito de auxiliar as organizações a atuarem de modo mais efetivo em contextos complexos.

A vulnerabilidade pode, também, abrir possibilidades para o desenvolvimento. “Incertezas representam riscos, mas também oportunidades. Tem potencial para destruir ou agregar valor, se bem trabalhadas”, ressalta Pinho.

Entre as diferentes classificações existentes, os riscos podem ser considerados operacionais, táticos ou estratégicos. Os operacionais estão atrelados às ações empregadas no dia a dia, e os táticos aos planejamentos bem ou mal executados. Os estratégicos são vinculados às ações inseridas ainda na fase de planejamento e que podem, ou não, corresponder à realidade do que é esperado.

O processo de gestão neste segmento, em âmbito corporativo, consiste em três etapas, são elas: a identificação, avaliação e tratamento das vulnerabilidades. A primeira, ‘identificação’, está relacionada à análise de possíveis situações de fragilidades, de acordo com o tipo de negócio da empresa e as situações mais frequentes ou possíveis.

O segundo, ‘avaliação’, analisa e estipula graus de possibilidades, conforme as ocorrências vividas — em relação à outras empresas ou à própria instituição. Também analisa pontos fortes e fracos da empresa.

Já o terceiro, são as ações de prevenção em si: seja contra históricos já sucedidos na empresa ou soluções contra situações prováveis de acontecer. “Analisar riscos é não apenas prever possibilidades, mas também analisar pontos de vulnerabilidades da empresa e saná-los, antes de acontecer”, diz o professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Fábio Lotti.

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Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA