Modelos de gestão já são embasados em questões ambientais, sociais e em governança corporativa
Criado com os ideais de proteger o meio ambiente, melhorar o bem-estar social e prezar pela transparência e idoneidade das empresas, o selo ESG é um dos principais frutos das transformações econômicas do século 21. Embora a ideia tenha surgido ainda na década de 1960, nos EUA, aos poucos o movimento ganhou corpo e chegou ao Brasil.
Sigla formada a partir das palavras inglesas Environmental, Social e Corporate Governance (governança ambiental, social e corporativa), o selo ESG já faz parte da realidade das empresas nacionais e também do governo federal. Em fevereiro deste ano, o Tesouro Nacional anunciou a emissão de títulos públicos com atestado de boas práticas baseado na premissa ESG.
O selo também é considerado estratégico para o desenvolvimento da economia nacional, devido à ampla concorrência que se instalou entre os países afetados pela pandemia e pela grande oferta de recursos em todo o mundo. Investidores estrangeiros cobram atenção do Brasil, sobretudo ao meio ambiente (diante dos desmatamentos no norte do país), pautas de inclusão e respeito a minorias (negros, homossexuais e indígenas) e idoneidade de empresas brasileiras — em razão dos escândalos de corrupção que envolveram instituições públicas e privadas nos últimos anos.
De acordo com a administradora e pesquisadora Mona Paula Lira, no Brasil quem regula se uma companhia deve receber ou não o selo ESG são os fundos de investimento, a bolsa de valores (B3) e consultorias internacionais que possuem seus próprios índices, tais como o S&P (da Standard and Poor’s) e o MSCI (da Morgan Stanley). Ela conta que além de fornecer aos investidores informações sobre o mercado de ações brasileiro, tais instituições também promovem as empresas com as melhores avaliações ESG.
“É uma grande oportunidade, pois o mercado financeiro nos últimos anos tem voltado sua atenção e recursos para empresas que olham além de seu próprio lucro e balanço trimestral. Só a BlackRock — maior gestora de investimentos do mundo, com US $7,8 trilhões sob sua alçada, maior que o PIB brasileiro — passou a incluir em 2020 métricas ESG em todas as suas análises de risco”, relata.
Mona explica que o modelo ESG não é novidade para as organizações mundo afora, mas o novo olhar do mercado financeiro, bolsas de valores e consumidores para os conceitos presentes no selo, sim. Para que uma organização seja vista com características socioambientais, ela explica que é necessária a implantação deCleid uma política de sustentabilidade.
Para orientar as empresas em tal sentido, a B3 lançou cartilha denominada ‘Novo Valor – Sustentabilidade nas empresas’, em que sugere treze passos rumo ao hall das empresas ESG. Lá é possível verificar aspectos de engajamento interno e externo, passando por práticas de governança e de gestão — com ênfase em recursos humanos e marketing.
“Muitas vezes se pensa nessas práticas como aplicadas apenas nas grandes organizações, mas as micro e pequenas empresas também podem implementar ações socioambientais dentro de sua gestão, em seus planejamentos, na sua relação de compra, na produção e na entrega de valor para a sociedade”, pontua.
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Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA