A terceira palestra do auditório 2 teve início com a fala do mediador Francisco Rogério Cristino, presidente do CRA-CE. Ele agradeceu a presença de todos e logo chamou a primeira palestrante, a administradora e gerente de desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano.
A gerente começou sua fala dizendo que o setor cooperativista precisa de mais administradores. Segundo ela, muitas dessas organizações tem pessoas na gestão que vieram da base — da linha de produção, com ou sem formação para tanto —, e não administradores de formação, o que faz falta devido à complexidade cada vez mais crescente dos processos de gestão nas cooperativas e empresas em geral.
Débora explica que transparência é a qualidade do que é transparente ou acesso desimpedido a dados, informações e relatórios. Já a transparência organizacional refere-se à prática de uma comunicação aberta, honesta e acessível dentro de uma empresa, envolvendo todos os níveis hierárquicos e públicos relevantes, tanto internos quanto externos.
“Isso implica em compartilhar informações relevantes de forma clara e acessível, promovendo um ambiente de confiança e engajamento”, diz.
A palestrante diz ao público sobre as atividades que geram impacto no mundo, do ponto de vista do ESG, e destacou o número de habitantes do Planeta Terra, hoje na casa dos 8,15 bilhões de pessoas. Ela conta que a partir de 24 de julho de 2025 a população do mundo está consumindo mais do que o Planeta pode dar —diferente do que acontecia em anos anteriores.
Débora conta que atualmente não basta dizer que pratica os conceitos atrelados ao ESG, mas sim provar em números como e quando foi aplicado, e quais resultados obtiveram. Ela destaca que os principais problemas de corrupção que acontecem em instituições privadas são a fraude, lavagem de dinheiro, concorrência desleal e violação à legislação trabalhista.
Entre os principais desafios apontados por ela estão no campo social. São eles a desigualdade social e econômica, a falta de participação cívica, baixos salários e cultura de impunidade.
Débora destaca que a transparência começa nas comunicações, em especial nos processos administrativos de empresa, e refere-se à divulgação clara e acessível de informações sobre como a empresa opera, toma decisões, e utiliza seus recursos. “Isso envolve a abertura para que stakeholders possam compreender as atividades da empresa, seus processos e resultados, promovendo confiança e responsabilidade”, diz.
Ao final, o presidente do CRA-RS Flávio Abreu elogiou a apresentação da Débora e conclamou a todos para fazer uma comparação entre governança corporativa e governança pública. Depois explicou o que significa.
Governança Corporativa é um sistema formado por princípios, regras, estruturas e processos pelo qual as organizações são dirigidas e monitoradas. O objetivo é a geração de valor sustentável para a organização, para seus sócios e para a sociedade em geral.
Abreu explicou os princípios que regem a governança corporativa. São elas: integridade, equidade, responsabilização (accontability), sustentabilidade e transparência.
Já a governança pública é regida pela capacidade de resposta, integridade, confiabilidade, melhoria regulatória, prestação de contas e responsabilidade e transparência. Ao final explicou o que seria o estado ideal de transparência que é disponibilizar para as partes interessadas informações verdadeiras, tempestivas, coerentes, claras e relevantes.
“Essas informações devem ser divulgadas, sejam elas positivas ou negativas, e não apenas aquelas exigidas por leis ou regulamentos. Destaco, ainda, que as pessoas em geral não gostam de ser medidas, no entanto para evitar corrupção, essa atitude é imprescindível para esse objetivo ser alcançado”, finaliza.
