De acordo com os dados do Censo da Educação Superior 2018 do MEC, mais de 1 milhão de estudantes estão matriculados em cursos superiores de tecnologia e de bacharelado em Administração
O Ministério da Educação divulgou, em setembro, os dados do Censo da Educação Superior 2018. De acordo com o levantamento, os cursos da área da administração são os que concentram o maior número de alunos: nos Cursos Superiores de Tecnologia em Gestão (CST) são 666.054 matriculados; enquanto o curso de bacharelado em Administração tem 703.254 estudantes.
No ranking de matriculados apenas dos cursos de bacharelado, os dados compilados mostram que a Administração ficou em segundo lugar. No entanto, embora o curso de Pedagogia seja o curso com maior número de matrículas no ensino superior, a soma dos Cursos Superiores de Tecnologia e de Bacharelado posiciona a Administração como a área que concentra o maior número de estudantes nesse nível de educação.
O estudo comprovou que o número de matrículas na graduação aumenta e, pela primeira vez, as matrículas no ensino EAD superaram o número de matrículas no ensino presencial. No contexto geral do Censo, em 2018 foram ofertadas 7,1 milhões de vagas nos cursos de educação a distância e 6,3 milhões em cursos presenciais.
Qualidade preocupa
Para o presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Mauro Kreuz, os cursos na área da Administração são, historicamente, os mais procurados. Isso, segundo ele, demonstra que trata-se de uma área atrativa e importante. No entanto, ele chama atenção para a evasão. “Isso é uma anomalia que precisa ser investigada para conter o crescimento do problema”, diz.
Mauro também comenta a questão qualitativa dos cursos. Apesar de ser a área com maior procura e maior oferta de vagas, ele explica que, na média, a qualidade desses cursos é baixa. “Existem ilhas de excelência, que servem de exemplo, mas são poucas. Na média, a qualidade formativa dos egressos é preocupante”, ressalta o presidente.
A baixa qualidade é refletida no mercado de trabalho. Segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, de cada dez demandas de trabalho, sete são da área da Administração. Mauro cita, ainda, um levantamento feito pelo Blog de Stephen Kanitz. O estudo, segundo ele, revelou que, das 17 ocupações mais demandadas pelo mercado, 12 são em administração e três em tecnologia da Informação. Contudo, as vagas não são preenchidas. “Tem muitos candidatos, mas eles não apresentam as competências profissionais em administração que o mercado requer”, alerta.
Formação generalista
Por ser um curso generalista, a Administração atrai cada vez mais estudantes. Além disso, a carreira oferece muitas oportunidades. Segundo levantamento feito em 2018 pela Exame, a Administração está entre as 10 áreas com maior empregabilidade no Brasil.
Para Mauro, a formação tem que ser “generalista, sólida e que proporcione uma visão holística, analítica, crítica e integrada de mundo e de organizações”.
Assessoria de Comunicação CFA