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Corrupção e má gestão pública são graves problemas para o futuro do país

O ano de 2022 começou com um antigo fantasma assombrando os brasileiros: a corrupção, e isto porque o país caiu mais duas posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC).

Com isso, o Brasil ocupa a 96ª colocação no ranking, que conta com 180 países analisados. Quanto melhor a classificação, menos o país é considerado corrupto. Na última parcial, ficamos com 38 pontos, em uma escala de 0 a 100. Essa é a terceira pior avaliação de toda a história.

De acordo com o estudo internacional, a situação se deve à falta de transparência como, por exemplo, no caso da criação do chamado orçamento secreto, além do enfraquecimento do combate à corrupção nos últimos anos; problemas realmente graves, como destaca o Presidente do Conselho Federal de Administração, Mauro Kreuz.

“Em um país onde nós temos o orçamento secreto de bilhões de reais, quando a gente por outro lado clama por transparência, e o parlamento brasileiro aprova o orçamento com a conivência do Governo Federal com verbas que não podem ser devidamente policiadas e acompanhadas, demonstra que do ponto de vista da administração pública nós temos um caminho muito árduo pela frente”.   

Para Mauro Kreuz a solução pode ser iniciada com uma mudança no modelo de gestão do Brasil.

“A corrupção tem tudo a ver com modelos de gestão. Na medida em que nós estamos avançando com programas de integridade e de compliance na gestão pública nós vamos conseguir reduzir substancialmente isso. Seria fundamental determinar a obrigatoriedade de programas de integridade, de gestão de compliance em todos os ambientes públicos federais, estaduais e municipais. Isso iria inibir substancialmente a corrupção”.

Mas, esse fenômeno pode estar ligado a outras práticas muito danosas para a sociedade. A má gestão tem impactos significativos e até maiores que a corrupção em alguns casos. Somados os problemas, criam um cenário caótico.

“Isso gera um efeito radiativo da sociedade como um todo. A maioria dos gestores públicos são sérios, são decentes. Se nós olharmos historicamente, os atores desses atos de corrupção são praticamente os mesmos. No ponto de vista político, eles têm o mesmo DNA e isso não tem mudado. Todavia, quando eu falo de efeito radioativo, isso gera na sociedade um sentimento de frustração, de falta de crença nos governos, nos políticos, nos agentes públicos. A sociedade se sente enganada, se sente traída pelos gestores públicos e isso é muito ruim”.

Um levantamento feito pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) na Câmara dos Deputados apontou que até dezembro de 2021 o país tinha mais de 24 mil obras públicas paradas. Mais de 3.500 somente na área de educação. 

“A corrupção representa em termos de desperdício de recursos públicos apenas um quinto do que representa a má gestão. Má gestão oriunda de projetos mal concebidos, mal executados, fora da sua finalidade. Temos aí bilhões de reais de recursos em obras inacabadas. Ou seja, recurso público que não atendeu a sua finalidade social ao desenvolvimento da nação. Recursos que poderiam ter sido utilizados para outras finalidades, como a saúde e a educação”.

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Rodrigo Miranda
Assessoria de Comunicação CFA