O Jubileu de Ouro do Conselho Regional de Administração do Amazonas (CRA-AM) foi celebrado em uma solenidade que homenageou os profissionais de administração que tiveram papel fundamental na história do regional e que contribuíram significativamente para a valorização da Ciência da Administração. O presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Adm. Mauro Kreuz, prestigiou o evento e foi um dos homenageados.
Na abertura da cerimônia, o presidente do CRA-AM, Adm. Nelson Aniceto, falou da alegria em estar à frente da autarquia em um momento tão simbólico.
“São 50 anos de compromisso com os profissionais de administração, buscando promover a ciência da administração e a valorização desta classe tão importante para o desenvolvimento de nosso estado/país. Nesse meio século de atuação temos uma certeza: somos parte do Sistema CFA/CRAs e reconhecemos a importância da união de todos em prol de nossa profissão. ”, agradeceu.
Novamente, o presidente do CFA demonstrou sua gratidão por fazer parte da celebração do Jubileu de Ouro do CRA-AM. “É um grande orgulho ver essa comemoração. Só comemora a história quem soube fazer história. Nós, aqui, fizemos história e ela foi homenageada nesta noite. A história não se faz sozinha, ela é feita coletivamente. Muitos abnegados colegas deram sua contribuição nesse meio século. Em uma sociedade, onde as corporações não têm longevidade, comemorar 50 anos é importante”, disse.
Contudo, apesar do clima festivo, Mauro voltou a falar da necessidade de se fazer uma reflexão sobre a profissão. De acordo com ele, o país ainda nega a Ciência da Administração para ser administrado. “Somos a sétima economia em riquezas e a 82ª em pobreza. Quem explica esse abismo? Ele não é de agora, mas vem de décadas com modelos econômicos equivocados, concentradores de renda e de riqueza, desprovidos da Ciência da Administração, que tem um compromisso com o desenvolvimento econômico, mas também social.”, destacou.
Mauro falou da importância do agronegócio brasileiro e criticou o fato de que, ainda em 2022, haja tantos brasileiros com alguma deficiência alimentar: 115 milhões de brasileiros nesse cenário. “Isso é falta de administração. Falta ao Brasil um projeto estratégico de nação, de desenvolvimento nacional. Todas as nações desenvolvidas têm um projeto de nação. Nos Estados Unidos, não importa se é Republicano ou Democrata, quando as questões de soberania nacional estão em perigo, eles se unem pois, no projeto deles, nenhum presidente poderá se sobrepor a esse projeto”, afirmou.
Para acabar com isso, o administrador fala que é necessário ousar, romper com a inércia e construir, por meio da Ciência da Administração, um projeto estratégico de desenvolvimento nacional. “Caso contrário, continuaremos uma fábrica de pobres”, alertou o presidente do CFA.
Ele apresentou, ainda, dados da administração. São cerca de seis milhões de bacharéis em Administração ou tecnólogos em determinada área da Administração, mestres, técnicos. Contudo, o Sistema CFA/CRAs tem apenas meio milhão de profissionais registrados.
“Poderíamos ser seis milhões. Onde estão os outros? Essa é a busca que já começamos a fazer. Vamos garimpá-los, pois eles estão fazendo exercício ilegal da profissão. A é uma ciência inquestionável e precisa ser respeitada. Seja pelas organizações públicas ou privadas, a sociedade brasileira não suporta mais amadorismo”, garantiu.
Após o discurso, Mauro foi homenageado pelo CRA-AM. Ele recebeu um certificado e um troféu em reconhecimento pelo trabalho que desenvolve pela Ciência da Administração. Além disso, o presidente do CFA fez a entrega do Prêmio Belmiro Siqueira de Administração 2021 para o segundo colocado na categoria “Artigo Profissional”, Ronison Oliveira da Silva. Ele é autor do artigo “Impactos da pandemia de covid-19 no empreendedorismo digital: percepção de empreendedores manauaras sobre o cenário atual e as tendências para o futuro” e foi indicado pelo CRA-AM.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA