Um dos grandes desafios do Brasil é o excesso de burocracia. Para discutir o assunto, parlamentares, empresários, gestores públicos e juristas se reuniram, nesta terça-feira, 6 de março, na Câmara dos Deputados, no Seminário Nacional da Desburocratização, promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Desburocratização. O evento contou com a participação do presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Wagner Siqueira.
De acordo com o organizador do evento e presidente da Frente Parlamentar, deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), o excesso de burocracia trava o crescimento do país. Ele afirmou, ainda, que esse problema “é a mãe da corrupção”.
No Seminário, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, fez um balanço das ações que o Governo Federal tem feito para eliminar o excesso de burocracia do país. “Uma das missões do governo é acelerar o processo de desburocratização”, disse o ministro citando, entre essas ações, a criação do Conselho Nacional para a Desburocratização – Brasil Eficiente, a simplificação na emissão de passaporte, a criação do Documento nacional de Identificação, do INSS Digital, o e-Social, entre outros.
Um setor que sofre com a burocratização é o da micro e pequena empresa. Para se ter ideia do tamanho do problema, o processo de abertura de uma empresa no Brasil leva, em média, 102,5 dias, ao contrário de outros países cujo prazo é de três dias. Para o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos, o país precisa de um choque de simplificação, pois a burocracia tem travado a economia e a geração de empregos. “A burocracia é como o colesterol: tem o bom, que lubrifica; e tem o ruim, que entope. O Brasil precisa combater esse mal colesterol, que entope o progresso do país”, defendeu Afif.
Durante o Seminário, Wagner Siqueira falou sobre o custo da burocracia. Ele disse que o Brasil “burocratiza até a desburocratização” e, em seguida, fez um balanço histórico da burocracia brasileira. “É preciso descomplicar o país”, afirmou o presidente do CFA alertando que, no Brasil, “a burocracia tem fôlego de gato”.
O evento também contou com a presença da conselheira federal do CFA, Gracita Hortência dos Santos Barbosa. Além disso, o Seminário teve a participação do diretor-executivo do Movimento Brasil Competitivo, Claudio Gastral; do presidente Binacional da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang; do assessor do Ministério da Agricultura, Ricardo Cavalcante; do presidente do Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil, Paulo Roberto Ferreira; e do especialista em Regulação de Telecomunicações, Francisco Jovino Filho.
