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Audiência debate importância da Administração na Gestão Pública

A profissionalização na gestão pública foi tema do debate que ocorreu na manhã desta terça-feira (20/06) na Audiência Pública sobre o Índice de Governança Pública (IGM-CFA), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O deputado Adm. Eduardo Loureiro, proponente do encontro juntamente com o CRA-RS e o CFA, destacou que o grande desafio é buscar a profissionalização no poder público. “A ineficiência do setor público é o plano de fundo de tudo isso que está acontecendo em nosso país. A sociedade paga um volume muito alto de impostos e tributos e não tem o retorno adequado. Para corrigir isso precisamos buscar a profissionalização da gestão”, exaltou, acrescentando que a Administração é uma ciência composta por técnicas e ferramentas que buscam a eficácia no poder público. “É fundamental abrir espaço para um debate tão importante com objetivo de qualificar a gestão em todos os níveis do governo”, disse.

A partir disso, os Administradores Tom Zé Albuquerque, diretor da Câmara de Gestão Pública do CFA e Alexandre Borges, diretor do Instituto Publix, explicaram aos participantes de que forma o Índice foi construído e como pode-se fazer os comparativos entre os municípios por meio do site http://cgp.cfa.org.br. O Adm. Albuquerque explicou que foram selecionadas variáveis de acordo com os dados que as cidades possuíam e a partir disso agrupadas em três dimensões: Gastos e Finanças Públicas, Qualidade da Gestão e Desempenho. A soma dos índices gerou a métrica adotada para chegar ao IGM-CFA.

O presidente do CFA, Adm. Wagner Siqueira analisou que nada adianta ter dados isolados e foi isso que a Câmara de Gestão do Federal percebeu. “Realizou-se um processo de unir esses números para permitir uma melhor compreensão e análise de cada município. É uma construção, isso significa que daqui há dois, três anos, teremos um histórico do avanço”, afirmou, atentando que pode haver retrocesso, pois há casos na Administração pública que nem sempre se caminha para frente. Além disso, o presidente parabenizou o Rio Grande do Sul pelo pioneirismo na ação e por discutir a realidade. “Se cada município fizessem encontros para discutir as causas, os efeitos, os pontos fortes e fracos, questionar o porquê estamos nessa circunstância, como podermos sair disso e transformar esses cenários, já seria o primeiro passo”, apontou, constatando que os dados agregados dentro de uma lógica permitem a fotografia da cidade. “Mas para isso é preciso conversar, estamos falando de quantitativo, mas precisamos do diálogo para transformar em qualitativo. Momentos como esse possibilitam a concretização do índice para ajudar a reflexão, a análise e ser mobilizador desse processo de mudança.”

Para a presidente do CRA-RS, Claudia Abreu, é necessário valorizar mais a questão da gestão pública e a importância que ela tem em nosso Estado. “É fundamental olharmos para outros Estados que estão melhores, buscar bons exemplos. O Rio Grande do Sul tem costume de achar que é melhor em tudo, mas precisamos provar isso por meio da prática profissional de gestão e o Conselho gaúcho juntamente com a nossa Câmara de Gestão Pública está aberto e disposto a atuar nisso”, exaltou, complementando que a parceria com a FAMURS possibilita esse elo com os municípios. A presidente atentou para a veracidade dos dados do Índice. “Devido minha experiência na área da saúde, fui ver esses indicadores e analisei municípios que eu já tinha conhecimento sobre o cenário e eles retratam fielmente o que está acontecendo na realidade. É uma importante iniciativa do CFA e nós temos a grande responsabilidade de dar continuidade a esse trabalho”, realçou.

 

Também presentes na Audiência o presidente do CRA-MT, Adm. Helio Tito Simões de Arruda e o presidente do CRA-RJ, Adm. Leocir Dal Pai, parabenizaram tanto ao CFA pela realização do Índice, quanto ao CRA-RS pelo evento. O Adm. Arruda destacou que além de discutir os dados, é fundamental também ouvir a população sobre como usá-los, pois eles sempre estiveram disponíveis a todos, mas de forma organizada é a primeira vez. “É necessário que o gestor público saiba como fazer proveito dos dados. “A população exige que esses recursos e impostos tenham retorno. O problema não é o quanto se paga, é quanto se retorna. Isso vai ajudar muito o desenvolvimento do país, a gestão do Brasil”, salientou. Já o Adm. Dal Pai observou que ao olhar para os indicadores é possível nos afastarmos dos municípios e analisar os dados não com paixões e nem visões políticas, mas com critérios e objetivos. “Essa iniciativa capitaneada pelo Rio Grande do Sul certamente se expandirá para o Rio de Janeiro”, relatou.

Representando a FAMURS, o ex-deputado Paulo Azeredo apontou que a Federação se associa a esse trabalho pois acredita que seja a mola propulsora na dificuldade que o país inteiro está passando. “A crise que Brasília enfrente pode ser percebida em diversos municípios. Com o apoio do CRA-RS e também da FAMURS é possível se ter resultados muito mais rápidos”, disse. Também presente a representante do Tribunal de Contas do Estado, Monique Madeira Pereira, está havendo uma mudança gradativa em relação ao olhar dos órgãos fiscalizadores. “Continuamos verificando se tudo está sendo feito na legalidade, mas já verifica-se a efetividade da ação, ou seja, o quão foi eficiente o gasto e o quanto está atendendo a população”, explicou, apontando que é uma mudança lenta.

A Fundação de Economia e Estatística do RS (FEE) foi representada pelo pesquisador Liderau dos Santos Marques Junior que elogiou a ação, porque quanto mais índices tiver, melhor para a sociedade. “Esses dados são extremamente importante, mas eles devem ser incorporados não só pelos políticos, mas também pela burocracia. Não adianta o prefeito ter boa vontade, se a burocracia não abraçar isso”, atentou.

Após, a audiência foi aberta para o público expor suas opiniões e compartilhar suas experiências criando um verdadeiro debate em torno do tema. O Simpósio segue na tarde de hoje com a realização do Talk Show “Gestão Pública em debate” com debatedores especialistas na área na sede da FAMURS.

 

Fonte: CRA-RS