Você está visualizando atualmente “Vinho de açaí” agrada paladar e revela potencial da bioeconomia

“Vinho de açaí” agrada paladar e revela potencial da bioeconomia

Produção da bebida concretiza sonho de modelo de empreendimento sustentável no AP

O açaí, produzido na região amazônica, essencialmente no Amapá, Acre e Pará, já ganhou o mercado mundial. E uma aposta da capital amapaense, Macapá, tem agradado consumidores de vinho, como o assessor de multimídia Gabriel Fernandes.

“Experimentei o rótulo seco, né, que eu gosto mais do vinho um pouco mais amargo, eu não gosto muito do vinho suave, que ele é muito doce, então ele é um vinho que não é forte, ele é suave e aí tem um aroma mais frutado também.”

Quem enxergou o potencial da bebida foi João Capiberibe. E a inspiração veio de um presente: uma garrafa do produto fabricado no Acre. Após provar, o empresário ficou impactado pela experiência. Foi quando decidiu produzir a carta de “vinhos” à base de açaí na própria residência, localizada em Macapá.

Um dos rótulos, o “Flor de Samaúma”, já foi analisado pela Embrapa Agroindústria Tropical. Além da acidez comparada a uvas e teor alcoólico de 12%, a bebida da polpa de açaí apresentou outros pontos semelhantes ao vinho, como proteínas, presença de vitamina C e a intensidade de cor.

Antes de chegar ao consumidor, a bebida passa por um processo no sítio de Capiberibe. Lá as sementes de açaí são retiradas, lavadas e amolecidas em água quente antes de se transformarem em polpa na batedeira.

O modelo de empreendimento concretiza o sonho de economia e crescimento sustentável da Amazônia, gerando emprego e renda no estado onde ele foi governador e senador.

“Nós estamos numa emergência climática que também exige um novo posicionamento em relação ao desenvolvimento econômico da Amazônia. Nós precisamos transitar com urgência porque nós estamos sob efeitos dos extremos climáticos. Salinização da água do Rio Amazonas, o mar está subindo o Rio Amazonas, os incêndios em função da seca e do aumento da temperatura do planeta. Então não há mais dúvidas de que é necessário uma transição para uma nova economia”

A produção da carta de “vinhos” à base de açaí em escala e a estruturação da cadeia logística para comercialização ainda são alguns desafios a serem superados. Apesar disso, a forma de produção sustentável e boa aceitação de consumidores se mostram vantajosas, com grande potencial de avanço da bebida no mercado. Além de provar a força da bioeconomia, o empreendimento Flor de Samaúma também é dedicado ao ecoturismo. O sítio abre as portas e é opção de passeio na capital de um dos estados mais preservados do Brasil.

“Os estados e os municípios precisam unificar uma estratégia de desenvolvimento econômico para aproveitar a biodiversidade. Nós não podemos permitir mais que a floresta continue sendo destruída, porque uma das causas da maior emissão de gás do Brasil são as queimadas, são os incêndios florestais que emitem gases de efeito estufa que aumentam a temperatura da terra. Portanto, o nosso esforço é um esforço demonstrativo, no caso da Flor de Samaúma, das possibilidades infinitas de que a biodiversidade pode nos proporcionar nesse novo modelo de desenvolvimento”, alertou Capiberibe.

A equipe de reportagem do CFAPlay foi até o empreendimento conhecer essa história de sucesso e, em breve, disponibilizará a produção especial no canal oficial do Conselho Federal de Administração no Youtube. Fique ligado e não deixe de conferir todos os detalhes da iniciativa que aposta em bioeconomia e desenvolve “vinho de açaí” no estado do Amapá.

 


Adriana Mesquita
Assessoria de Comunicação CFA