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8 de março: CFA promove palestra sobre prevenção à violência contra mulher

Em 2023, o Brasil registrou 1.463 casos de feminicídio. O levantamento, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que esse número é o maior registrado desde 2015, ano em que foi promulgada a lei que define o feminicídio.

Esses dados mostram que a violência contra a mulher continua a ser um dos grandes desafios do país. Por isso, neste Dia Internacional das Mulheres, a Comissão Especial ADM Mulher do Conselho Federal de Administração (CFA) promoveu um debate no plenário da autarquia para discutir o assunto e pensar em soluções para o problema.

Com o tema “A Administração apoia as políticas de prevenção à violência contra a mulher”, o evento contou com a participação da socióloga, mestra e PhD em administração, Raissa Rossiter, e da deputada distrital e delegada da Polícia Civil do DF, Jane Klebia.

A abertura do evento foi conduzida pela coordenadora da Comissão Especial ADM Mulher, Admª. Rita Maria Silveira da Silva.  Para ela, a força feminina contribui para o bem estar das organizações. “Hoje nosso evento é uma homenagem para mulheres, que lutam por respeito e direitos. Estamos aqui hoje personalizando um trabalho que já vem acontecendo há anos”, explicou.

O presidente do CFA, Adm. Leonardo Macedo, de forma online, deu boas vindas a todos os participantes do evento e fez uma saudação especial para as mulheres profissionais de Administração. “É preciso mostrar a importância de vocês para a sociedade.  Nosso Conselho vem implementando soluções para ajudar a sociedade a combater a violência contra a mulher e que essas mulheres sejam respeitadas no mercado de trabalho.”, destacou.

Para o vice-presidente do CFA, Adm. Gilmar Camargo, também parabenizou as mulheres e rendeu homenagens às 17 conselheiras federais da autarquia. As demais integrantes da Comissão também estavam no evento, que celebrou o Dia Internacional das Mulheres: vice-coordenadora, Admª. Maria do Rosário Martins da Silva; e às membros Admª. Isabela Regina Fornari Muller, Admª. Maria Silce Lima Brasil e Adm.Tânia Maria da Cunha Dias.

Violência com a mulher é um problema cultural

A deputada Jane Klebia deu início a sua apresentação destacando a necessidade de as pessoas repensarem suas condutas. Ela, que tem uma história inspiradora: antes de ser delegada e parlamentar na Câmara Legislativa do Distrito Federal, ela foi enfermeira, professora e agente de polícia.

Filha de baianos que vieram para a capital em busca de melhores condições de vida, ela foi criada pela mãe e estudou a vida inteira em escolas públicas. Foi a educação que transformou a história de sua vida: Jane passou em 10 concursos públicos, tem dois bacharelados e duas pós-graduações.

Depois que passou a atuar na área da segurança pública, ela conheceu de perto o drama de muitas mulheres que sofrem violência doméstica. Sobre essa realidade, ela opina: “O problema é a gente não reagir e, por isso, nossas mulheres estão morrendo.”, afirma.

Ela alertou, ainda, que a violência não é apenas física e que é a sutileza da violência que precisa acabar. Ela se refere às agressões verbais e a falas que muitas mulheres ouvem diariamente e que, nas organizações, acabam descredibilizando essas mulheres. “O que a gente está fazendo para mudar essa realidade? A violência doméstica, a misoginia, a violência sexual e o assédio só vão mudar quando a gente mudar de postura”, reforçou a deputada.

Para Raissa Rossiter, “o feminicídio é a ponta do iceberg”. Ela ratifica a fala da delegada e complementa que muitas mulheres morrem em vida devido ao silêncio. “Quantas matérias nos jornais e relatos a gente vê em que as famílias, amigos e vizinhos das vítimas comentam que percebiam que algo estava acontecendo, mas que não fizeram nada? O silêncio mata!”, disparou a socióloga.

Com relação ao dia 8 de março, Raissa defende que deve ser um dia não só para lembrar as conquistas femininas mas, sobretudo, um dia para refletir sobre os desafios que as mulheres ainda precisam enfrentar e derrubar para conquistar a equidade de gênero na sociedade.

“O que podemos fazer coletivamente que não faria sozinho? Só trabalhando a cultura que essa situação vai mudar, pois são as pessoas que mudam as instituições. Trata-se de uma decisão política. O que podemos fazer? Prevenção, tolerância zero com a violência, ações concretas e impactantes”, sugeriu.

Além de presencial, todo o evento foi transmitido ao vivo no CFAPlay. Clique aqui e confira todo o debate na íntegra.



Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Comunicação CFA