Se o carro do Uber chegar sem motorista, você entra?
Quem já não viu em uma postagem de internet o comentário: “sobrevivi a uma reunião que poderia ter sido um e-mail!”. A brincadeira nos convida a refletir sobre o que, de fato, estamos priorizando no dia a dia das organizações. Muitos gestores estão fadados a pensar que reunir pessoas tem efeito, afinal, ter o chefe destrinchando cobranças mantém o cargo e a produtividade. Assim muitos acreditam.
A Revolução Industrial 4.0 tem nos mostrado um panorama bem diferente. E deixar de entender esse contexto, nos fixando em comportamentos antiquados, pode significar a nossa permanência no cargo e na profissão que estamos. Algumas atitudes são obsoletas e é necessário nos adaptarmos, em um contexto global, para sermos diferenciados.
Essa revolução evidência vícios culturais dentro das organizações. Diante da percepção é necessário decidir nos manter presos aos costumes gerenciais e operacionais ou alinhar a gestão como forma de sobrevivência no mercado que está cada vez mais competitivo. As empresas mais competitivas são também líderes em desenvolvimento e inovação, tais como Amazon e IBM.
O futuro é agora! Temos acesso às tecnologias de ponta em tempo real. Estamos na era dos carros sem motoristas, da Internet das Coisas, do armazenamento e processamento nas Nuvens, da Inteligência Artificial interagindo de forma autônoma com servidores Big Data. Carros sem motorista do Uber já são realidade nos Estados Unidos.
Enquanto no Brasil, infelizmente, ainda utilizamos carros de câmbio manual, sendo que a transmissão automática é tecnologia criada no ano de 1921. Como ainda cochilamos nesse gap movediço, há completar um século em breve? Nem a árvore evolutiva humana demorou tanto para separar o Homo Sapiens dos Neandertais. O acomodamento humano é o gargalo do futuro. A cegueira não é mais um problema de visão e sim de cultura.
Não perdemos capital intelectual. É eterno. Ao contrário, ele se multiplica em progressões assustadoras e é fonte de análise e processamento cruzado entre máquinas (M2M), de forma autônoma, sem nem sabermos. E nós, profissionais de Administração, estamos aptos ao reskilling necessário às novas organizações?
A velha estrutura organizacional estilo pirâmide vertical ainda é a mais utilizada nas empresas, divididas por setores e cargos rígidos,Gantticamente planejadas. Há aqueles que acreditam que metodologias ágeis são as grandes novidades de gestão, como Scrum e Agile. Sinto informar que atrasados estão por mais de duas décadas.
Fonte: Administrador e fiscal do CRA-ES, Felipe Borges.