Aconteceu nesta terça-feira (1/10) – no Centro de Convenções Arnoud Rodrigues, conhecido como ‘Parque do Povo’, em Palmas (TO) – abertura do Fórum Internacional de Administração (FIA). O evento teve a presença do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que ministrou palestra magna e teve a presença de autoridades locais.
O presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Mauro Kreuz, abriu o evento e ressaltou a contribuição que o conselho e a Administração tem dado ao país, nas esferas pública e privada. Ele agradeceu a vinda do vice-presidente Mourão e destacou os projetos ‘Mais Brasil’ e ‘Mais Gestão’, do CFA, como ferramentas que o Sistema CFA/ CRAs têm contribuído para o desenvolvimento do país.
“Vivemos um momento em que existe sociedade rasa, tanto de conhecimento como valores; por isso é tão importante valorizar a educação e a capacitação. É importante fazer parcerias entre governos federal, estadual e municipal para que sejam desenvolvidos técnicas e estímulos dos mais diversos tipos para administração pública e privada, e, assim, haver desenvolvimento e competitividade”, declarou.
Na sequência, falou a prefeita de Palmas-TO, Cíntia Ribeiro, que destacou os caminhos que podem levar o país a alcançar objetivos e metas traçadas. Segundo ela, a gestão pública deve ser inovadora, e o administrador público deve ter sensibilidade para compreender as necessidades da população e saber o que fazer para melhorar a cidade e a vida da população.
“O maior desafio da gestão pública é, além de atingir as metas prometidas durante a eleição, ampliar serviços – com qualidade – enquanto a demanda só aumenta”, resumiu.
Já o governador do estado tocantinense, Wanderley Barbosa, destacou o papel da Administração para a economia do Brasil e do Tocantins e ressaltou que o país precisa ter gestão eficiente para dar conta da realidade mundial e atender às demandas da sociedade por emprego e serviços públicos eficientes.
Mourão
O vice-presidente iniciou sua palestra apresentando cenário histórico de grandes conflitos mundiais, até explicar o contexto da geopolítica mundial, com ênfase na América do Sul e no Brasil. Ressaltou o papel da tecnologia na construção da política internacional e na guerra de informações como instrumento estratégico para vencer guerras econômicas entre nações.
Explanou sobre a construção da ordem mundial, desde o final do império romano. Depois, traçou paralelo entre período em que aconteceram grandes conflitos, como a Guerra dos 30 anos (entre nações europeias), por motivos como diferenças religiosas, políticas, territoriais e comerciais) e o contexto atual.
Mourão fez conexão entre conflitos de países e situações político-econômicas, ocorridos em períodos chaves da história da humanidade, em especial, os que culminaram na primeira e segunda guerras mundiais. “Nada funciona fora da economia. Tudo que eu falei até agora foi para chamar atenção ao período de estagnação que estamos vivendo e ao conflito comercial entre China e Estados Unidos. Isso pode ter consequências imprevisíveis ao Brasil”, contou.
Ele explicou que a Primeira Guerra Mundial (1914 -1918) aconteceu em contexto de impérios que disputavam expansão comercial e que, na época, a produção industrial era o motor de geração de riqueza. O conflito adicionou mais um motivo à rivalidade histórica entre França e Alemanha – que anos depois culminaria na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).
“O que temos, aqui, são fatos que não são assuntos isolados , mas sim dentro de um contexto histórico muito mais amplo e antigo. A Europa já vivia uma guerra secular de interesses que ia contra os interesses alemães e isso foi o estopim para culminar na maior guerra que o mundo já viu (Segunda Guerra Mundial)”, ressaltou.
O vice-presidente explicou que a guerra de interesses entre Estados Unidos e China passa por crise psicológica, que é fruto da revolução tecnológica e do que chamou “excesso de tribalismo”. Para Mourão, a globalização deixou de considerar culturas e valores de cada país e, por isso, ignorou o potencial chinês que conquistou seu espaço entre os países que lideram o conselho de segurança da ONU.
O vice-presidente chamou atenção para episódios recentes na América do Sul, tais como a deposição do presidente do Paraguai (Fernando Lugo, em 2012) e o dissídio político no Peru, onde atualmente há dois presidentes constituídos pelo Estado peruano. Na sequência, destacou o papel da Administração como solução para os desafios enfrentados pelo Brasil, rumo ao desenvolvimento e ao tempo de atraso resultante de gestão equivocada dos últimos governos.
“Queremos trabalhar por maior inserção do Brasil na economia mundial. Precisamos atrair parceiros privados, criar ambiente de confiança. Existem US$ 17 trilhões de dólares parados no mundo (sem investimento). Qual país, do planeta, tem tanto espaço para crescer – mais de 8 milhões de quilômetros quadrados e população de mais de 200 milhões de pessoas?”, questionou.
Além da comitiva de militares que acompanharam Mourão, também estiveram presentes na solenidade, o presidente do Sebrae-TO, Rogério Ramos; o superintendente do Sebrae-TO, Moisés Gomes e o reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Luis Eduardo Bovolato.