Diretamente da Holanda para Gramado, Antonius Van Hulst abriu o painel “Gestão de Operações, Logística e Cadeia de Suprimentos” no XVIII Fórum Internacional de Administração, na tarde desta quinta-feira, 05/12.
Sob mediação do diretor de Gestão, Administrativo e Financeiro na Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul, Adm. Cristiano Klinger, o especialista trouxe sua vasta experiência em privatização de portos, desenvolvimento industrial e zonas francas e corredores de transporte para explicar a importância das cadeias logísticas, transições energéticas globais, que segundo ele, está indo da quinta para a sexta transição.
E antes de explicar como a transição atual impacta nas cadeias globais de fornecimento de energia e cria oportunidades para países como o Brasil, Cornelis trouxe uma panorama geral das transições energéticas globais anteriores. A primeira foi dos biocombustíveis tradicionais para o carvão.
“A mudança ao longo do tempo das exportações de carvão reflete as primeiras mudanças na industrialização, poder econômico e padrões de consumo de energia em todo o mundo. O que é notável é que a China, como maior produtor de carvão, não exporta nenhum carvão, por causa das quatro transições energéticas”, destacou o engenheiro mecânico especialista em manutenção.
Depois veio o petróleo, uma mudança que, segundo o especialista, diminuiu a produção do carvão nos Estados Unidos e América.
“A terceira mudança da energia envolveu o maior depende de gás natural. O primeiro uso conhecido de gás natural ocorreu na antiga Pérsia, atual Irã, em 500 a.C. Isso significa que esses tipos de energia já conhecemos há muito tempo.”
A quarta transição energética, segundo o especialista, não é de produto, mas geográfica na demanda, transferindo uma parcela significativa do consumo global de energia dos países do OCDE para a China. Já a quinta transição energética se refere às renováveis, como energias solar e eólica.
Com relação a essa transição, o Brasil está à frente em relação a muitos países em desenvolvimentos por conta de privilégios como combinação de muito sol e vento. Ele finalizou falando da sexta transição, que já está acontecendo na Europa.
“A cadeia de suprimentos hibrida pegara uma parte de energia renovável produzida e usara localmente para colocá-la em um produto semiacabado. Com isso, o produto contém uma parte de energia, um valor, que de outra forma teria sido adicionado no centro do destino.”
“Eu diria que não tem mais volta. A gente vai passar pela transição, por sair de uma energia cinza para uma energia verde com esse cuidado e essa atenção. E aí a gente precisa olhar para todos os nossos negócios e pensar em como é que a gente muda junto, como é que a gente também ganha espaço, mercado e segue avançando”, complementou o mediador do painel, Adm. Cristiano Klinger.
Gestão de cadeias de suprimentos
Quem também abriu a tarde de atividades do segundo dia do XVIII FIA foi o Administrador Rafael Teixeira, trazendo sua experiência nos Estados Unidos para falar sobre gestão de cadeias de suprimentos. Segundo ele, existem três fluxos nessa gestão: o físico, o de informação e a gestão do dinheiro.
“Então como é que tu usa todos esses fluxos de físico, de informação e dinheiro para desenhar uma cadeia para conseguir satisfazer os consumidores? Que essa é a visão que se tem de gestante de cadeia de suprimentos nos Estados Unidos conseguir atender o consumidor no final e ele ficar satisfeito.”
Sustentabilidade e gestão da cadeia de suprimentos, recursos digitais usados para simulação e otimização de processos e cases de sucesso de blockchain para facilitar o rastreamento digital e em tempo real de cargas ou produtos também entraram no debate.
“O blockchain está conseguindo ampliar nesse caso um produto de luxo para algo que vai além. E como é que isso impacta a supply chain, a gestão da cadeia de suprimentos? Primeiro, garantir a autenticidade dos produtos, que é um grande problema em pirataria.”
Em sua apresentação, o PhD em Supply Chain Management passou, ainda, por pontos como a guerra comercial, onde o México foi vencedor se tornou o país que mais exporta para os EUA, superando a China.
“Outro grande tópico nos Estados Unidos é o carro elétrico. O carro elétrico domina muito o cenário. Assim, têm impactos para a cadeia de suprimentos. Um deles é a distribuição de energia, ou seja, você tem estações para alimentar esses carros, isso até está sendo resolvido, mas talvez o problema principal é a cadeia de suprimentos de lítio para as baterias” pontuou Teixeira.
Até esta sexta-feira, 06/12, o XVIII FIA promove debates, palestras e painéis com renomados nomes da Administração do Brasil e de diversos países. Para acompanhar toda a programação de um dos maiores encontros de profissionais de Administração do mundo pelo CFAPlay, acesse o site fia.org.br e inscreva-se.
Adriana Mesquita
Assessoria de Comunicação CFA