O trabalho remoto vem se consolidando como uma alternativa viável e promissora no setor público. Para discutir o tema, o Conselho Federal de Administração, sob iniciativa do vice-presidente do CFA, Gilmar Camargo, realizou, em 9 de junho, o “1º Encontro CFA sobre Trabalho Remoto na Gestão Pública”, reunindo presencialmente e online mais de 200 participantes para debater aprendizados, desafios e perspectivas do teletrabalho no setor público. O evento contou com a participação de especialistas e representantes de órgãos como ANAC, TRE/RS, Senado Federal, CNJ e TCU, que compartilharam experiências e resultados positivos, como aumento da produtividade, redução de custos e retenção de talentos.
No Sistema CFA/CRAs, o Conselho Regional de Administração de Santa Catarina (CRA-SC) tem se destacado como referência ao adotar, de forma planejada e estratégica, o modelo híbrido de trabalho. A experiência catarinense tem sido considerada um exemplo com foco em eficiência e transformação organizacional.
Segundo o vice-presidente do CFA, Gilmar Camargo, embora o trabalho remoto 100% ainda encontre barreiras culturais, o modelo híbrido já começa a ganhar espaço. “Nós estamos numa fase ainda preliminar, mas o trabalho remoto é uma tendência, principalmente o trabalho híbrido. Já começamos com algumas experiências no Sistema”, adianta.
Gilmar destaca que a mudança vai além da adoção de tecnologia e exige transformação comportamental e estrutural. “Não é só uma mudança cultural, é uma questão de hábito. A tendência é positiva porque é boa para todos os lados: é bom para a empresa, é bom para o colaborador, é bom para a sociedade. Quando é benéfico para todos, tende a ser aplicada”, explica.
O CRA-SC iniciou a adoção do home office durante a pandemia e optou por manter o modelo mesmo após o fim das restrições. “A pandemia trouxe a oportunidade de reavaliar nossa estrutura. Notamos melhorias em eficiência, produtividade e economia. Desde então, decidimos manter o formato com algumas adaptações”, conta João Luiz Merini Moser, presidente do CRA-SC.
Hoje, os colaboradores do CRA-SC trabalham de forma remota quatro dias por semana e comparecem à sede às quartas-feiras. A estrutura física foi otimizada: todas as seis seccionais regionais foram desativadas, e os atendimentos passaram a ser centralizados por meio de um sistema unificado, com número 0800 e atendimento via WhatsApp.
“A ligação pode ser atendida por qualquer colaborador, independentemente da cidade onde reside. Conseguimos medir a produtividade de cada um e nosso tempo médio de atendimento está abaixo de 40 segundos. Em muitos casos, menos de 20”, explica Moser.
Além do aumento na agilidade do atendimento, o presidente do CRA-SC destaca a expressiva redução de custos. “Economizamos com vale-transporte, energia, produtos de limpeza e estrutura física. Houve uma economia para o Conselho e, ao mesmo tempo, uma melhora significativa na qualidade de vida dos colaboradores”, completou.
Para Gilmar Camargo, o caso do CRA-SC demonstra que o trabalho remoto bem-estruturado depende de planejamento, metas claras e de um perfil autogerenciável dos colaboradores. “A supervisão à distância requer fixação de metas e objetivos. Não é só permitir que o servidor trabalhe de casa. É necessário redesenhar processos e implantar uma nova cultura organizacional”, conclui.
Sacha Bourdette
Assessoria de Comunicação CFA

