A última palestra do dia 26/06 teve como tema a gestão e inovação acadêmica. Intitulada “Administração: Inovações no Ensino e Demandas para o profissional do Futuro”, o evento teve como mediador o conselheiro federal do CFA pelo RN Julio Rezende e a primeira apresentação foi do administrador-doutor Marcos James Bessa, reitor do Centro Universitário Católica de Quixadá (CE).

Em sua fala Bessa estipulou uma série de perguntas para avaliar a qualidade dos cursos de administração nas Instituições de Ensino Superior (IES). O primeiro parâmetro destacado por ele é saber qual a porcentagem de mestres e doutores e especialistas os cursos tem a instituição ou o curso e se o índice está de acordo com as exigências do Ministério da Educação (MEC).

Na sequência ele questionou os regimes de contratação para saber se os profissionais são horistas, tempo parcial ou tempo integral. E destaca qual experiência e atuação em inovação e empreendedorismo esses docentes têm, uma vez que essas são duas das exigências mais requeridas pelo mercado atualmente.

Bessa destacou ainda um diferencial que é a formação internacional. Ela seria importante para facilitar a multiculturalidade e a experiência de mercado, com projetos de extensão junto a instituições de fora do Brasil e o número de publicações científicas com ênfase em novas tecnologias e comportamentos.

Entre os desafios captados por ele estão a adequação às mudanças nas políticas públicas, inovação, diversidade e inclusão, além do uso de inteligência artificial, inteligência emocional (como desenvolver nos alunos) e ensino hiper-personalizado. Inclui também uma boa formação de professores, a internacionalização das carreiras e formação das novas gerações com o perfil desejado pelo mercado profissional do futuro.

“Muito se fala em inteligência artificial, mas acho que vamos nos adaptar a ela rapidamente. Mas como construir uma inteligência emocional capaz de enfrentar todos os problemas, tanto de modelos passados quanto das complexidades do presente e do futuro?”, questionou.

Formação e tendências

A também administradora e também reitora Ludinara Scheffel, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC-RS), foi a próxima a palestrar. Ela falou sobre suas pesquisas em qualidade de vida no trabalho e chamou atenção à valorização dos profissionais tanto professores quanto demais colaboradores nas IES.

Scheffel destacou que ter formação em administração ajuda na função de coordenação e reitora, uma vez que os administradores estudam o ambiente organizacional e que as habilidades da profissão ajudam no gerenciamento de conflitos e na tomada rápida de decisão.

Segundo a professora, outros aspectos sobre gestão nas IES envolvem a comunicação clara e eficiente, além de empatia e determinação nas resoluções. “Planejamento também é fundamental em qualquer organização, em especial no ambiente educacional, feito de forma conjunta e transparente”, diz.

O administrador Edson Sadao Iizuka. presidente da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (Angrad), foi o próximo a palestrar. Ele destacou que faltam habilidades requeridas do cenário profissional e acadêmico à maioria dos docentes e afirmou que a universidade não é mais monopolista do conhecimento técnico.

“Administração é uma das profissões mais desafiadores que pode ter, pois tem de se adaptar o tempo todo às novidades tanto das matrizes curriculares quando do mundo em geral. Agora, por exemplo, uma nova tendência é pensar qual tipo de administrador quero formar, ou seja, se quero formar administradores locais, regionais, nacionais ou internacionais”, destacou.

Sadao diz que algumas das exigências mais atuais do mercado são o pensamento voltado à prontidão tecnológica, pensamento computacional e aspectos socioemocionais e cognitivos. Segundo ele, essas são algumas das tendências que pesquisas da Angrad conseguiu identificar.

Também participaram do fórum os professores Maria Betania Fidalgo Arroyo e Domingos Spezia.