Macedo também relata sua visão sobre o Brasil e a profissão, e conta sobre projetos que pretende desenvolver durante seu mandato
Por Leon Santos
Eleito presidente do Conselho Federal de Administração, para o biênio 2023-2024, o administrador cearense Leonardo Macedo é o entrevistado da RBA ed. 152. A seguir, ele revela as ações que pretende desenvolver no campo da fiscalização, bem como na geração de emprego e renda para os profissionais da administração.
Com perfil progressista e sereno, Macedo pretende aumentar a conexão entre os conselhos regionais e o CFA, bem como fornecer condições para ampliar e melhorar a fiscalização profissional — por meio de novas tecnologias, parcerias e treinamento. Almeja investir em ações parlamentares que defendam legalmente a profissão e aumentar a visibilidade e protagonismo dos profissionais da administração no mercado de trabalho e na sociedade brasileira.
RBA: Presidente, quais planos ou projetos o senhor pretende desenvolver que vão beneficiar os profissionais de administração de todo o Brasil? Além disso, qual vai ser o posicionamento do CFA junto aos seus registrados?
A nossa proposta é “Evoluir, Inovar e Incluir”. Vamos lutar na defesa das prerrogativas da nossa profissão. Iremos implantar uma fiscalização atuante em todo Brasil com a finalidade de inserir os nossos profissionais no mercado de trabalho. Precisamos que a sociedade reconheça a nossa profissão como fator de geração de emprego e renda.
Nossa diretoria, a qual presido, tem como diretriz principal de gestão tornar os CRAs como centro das ações do CFA, visando o desenvolvimento e a gestão sustentável dos nossos regionais. Pretendemos, dentre outras ações:
-Apoiar os regionais para manutenção de sistemas de informações e uniformização das ações, dos procedimentos e do atendimento aos registrados;
-Retomada do PRODER (Programa de Desenvolvimento dos CRAs), com linhas de projetos para atender às necessidades dos regionais de acordo com o porte;
-Modernização e inovação da gestão do CFA e dos CRAs;
-Representatividade externa, na comunidade em geral, em órgãos/entidades e nos poderes;
-Ação Parlamentar vigilante e proativa em defesa da profissão, visando conquistar espaços que são de atuação do administrador;
– Investimento em tecnologias para a fiscalização e a cobrança;
– Gestão eficiente e eficaz com governança, integridade e compliance;
– Gestão simplificada e desburocratizada;
– Gestão do Capital humano, valorização dos colaboradores;
– Ampliar e melhorar a comunicação com os administradores e a sociedade, principalmente pelas redes sociais, informando sobre as ações do CFA/CRAs, de modo que os registrados reconheçam a importância do Sistema e que a sociedade enxergue o valor dos nossos profissionais;
Como o senhor enxerga o atual momento político e econômico do Brasil? O senhor vê com otimismo ou pessimismo o atual momento e por quê?
Vejo com otimismo. Apesar da crise política e econômica que atravessamos, entendo que ela é, antes de tudo, uma crise de gestão, e nós profissionais de administração temos as ferramentas necessárias para alavancar o crescimento da economia nacional. Vamos lutar para inserir nossos profissionais com o seu trabalho em prol das empresas e das administrações públicas. Entendo que a ciência da administração dará a contribuição necessária para o progresso do Brasil e com nosso capital humano e nossas riquezas bem administrados, o futuro é promissor.
O mundo tem passado nos últimos tempos por uma guerra, uma pandemia e muitos fenômenos sociais que têm mudado o comportamento das pessoas. Tendo em vista esse cenário disruptivo e inconstante, o que deve ser considerado nos planejamentos estratégicos, seja do CFA ou das empresas em geral, a fim de obterem sucesso?
A nossa sociedade passa e sempre passará por adversidades. Daí a importância do planejamento, em que, com a nossa ciência, podemos contingenciar recursos e atividades na visão de um futuro que poderá trazer a necessidade de ajustes para atravessar as crises. Isso é pura administração.
Como o senhor analisa o cenário da administração no Brasil, e o que pode ser feito para melhorar as condições para inovação?
Precisamos deixar de ser apenas um dos maiores produtores de commodities, que em geral pouco agrega capital intelectual, para ser o país que incentiva a pesquisa. As nossas matérias-primas exportadas estão hoje retornando em importações de produtos com alto valor agregado, o que gera postos de trabalho lá nas plantas que as transformam.
Alemanha, China, Holanda, Japão, como exemplo, são grandes economias que cresceram com a inovação advinda do investimento em pesquisa e o financiamento de projetos voltados para a tecnologia e industrialização. Precisamos criar, reter e valorizar nosso capital intelectual. Esse será o nosso progresso.
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