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Pressão por alta performance faz profissionais repensarem a carreira

Contudo, especialista diz que é preciso ponderação antes de mudar de propósito profissional

Uma pessoa passa, em média, oito anos nos bancos escolares da educação básica. Quando entra no ensino superior, esse tempo pode aumentar mais uns cinco ou seis anos dependendo do curso e, se ingressar em uma pós-graduação lato ou stricto sensu, o tempo total dedicado aos estudos pode levar cerca de duas décadas ou mais. Para a maioria, todo esse empenho visa alcançar os postos mais altos do mercado de trabalho. No currículo dos principais CEOs do Brasil, por exemplo, o tempo de formação impressiona.

Mas não são todos que estão aptos a suportar as exigências da vida corporativa e, por isso, há quem, mesmo com um currículo impressionante, opte por enveredar por outros caminhos. Esse aparente cansaço do mundo corporativo é cada vez mais notável. Para o administrador, educador corporativo, consultor organizacional e mentor de carreiras, Flávio Emílio, a fadiga é decorrente de múltiplos fatores.

Presidente do CRA-RN, Flávio Emílio.

“A necessidade crescente de entregar mais e melhores resultados, a busca por um tempo de resposta às demandas cada vez menor, além de conflitos que podem surgir entre colegas de trabalho e também com a liderança. Tudo isso junto contribui para minar a energia do profissional”, esclarece o recém-eleito presidente do Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Norte (CRA-RN).

O sentimento de frustração e desmotivação pode ser contornado pela própria organização. A fim de reter talentos, a empresa precisa ter claro o seu propósito e alinhar seus valores e princípios com um planejamento consistente. “Essa plataforma de gestão trará engajamento aos líderes e suas equipes, contribuindo também para atrair novos talentos. É justamente a alta administração quem deve ativar essa centelha de transformação”, explica Flávio.

Para aqueles que, de fato, já estão fartos da rotina corporativa, o aconselhamento do administrador é: “não se precipite”. Antes de traçar novos rumos na carreira, é imprescindível, segundo ele, avaliar o tempo dedicado ao trabalho e à vida pessoal. Outra dica é reavaliar periodicamente se o projeto do qual faz parte tem boas perspectivas e, só então, decidir por novos rumos profissionais.

Em tempos de pandemia, essa cautela deve ser ainda maior. “É importante avaliar cuidadosamente os benefícios e riscos de uma eventual mudança. O grau de incerteza em relação aos rumos da economia ainda é grande. Mas novas oportunidades surgem e podem ser criadas desde já. Havendo chances reais de sucesso num novo projeto de transição de carreira, não vejo motivo para recuar e procrastinar”, afirma.

Por fim, ele aconselha manter distância de ambientes corporativos “perigosos” à saúde física e mental. “Felizmente, a área de Gestão de Pessoas vem levantando essa bandeira há anos, tendo conseguido mobilizar muitos executivos e organizações”, diz.

Falando em saúde mental…

No dia 21 de janeiro, o Conselho Federal de Administração (CFA) realizará uma live para falar sobre Síndrome de Burnout. O convidado é o psicólogo e mestre em Ciências da Saúde, Wagner Costa. Segundo ele, “cuidar da mente é se comprometer com a construção de uma vida para si mesma”.

A live começará às 16h30 e será realizada no canal CFAPlay, no Youtube. Na oportunidade, Wagner vai conversar sobre ansiedade, estresse, relacionamento no trabalho, visão de mundo e, claro, Burnout.

 

Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Comunicação CFA