Recém-graduados, eles enfrentaram os dilemas do mercado e viraram o jogo
A empregabilidade é uma preocupação constante de todo profissional, sobretudo, para aqueles que se graduaram há pouco tempo. Em época de pandemia e crise econômica, a tarefa tornou-se ainda mais desafiadora; porém há diferentes maneiras de contornar tais situações.
Com foco e criatividade, a bacharel em Administração Caroline Fortes, de 25 anos, graduada em 2018, conseguiu driblar a falta de experiência profissional ao atuar como voluntária em pequenos negócios de Porto Alegre-RS, onde mora. Ela conta que não havia feito estágios, durante a faculdade, mas viu no voluntariado um modo de adquirir bagagem e construir seu networking.
Carolina revela que participou de cursos, palestras e workshops para aumentar seus conhecimentos técnicos e sobre o mercado de trabalho. “Aplicar tudo que aprendi no dia a dia, nas iniciativas onde atuei naquela época, contribuiu para aumentar minha segurança e me manter em movimento no mercado”, esclarece.
Mão à obra
Tomar iniciativa rumo ao mercado também foi a estratégia de Eduardo Bortoli, 27 anos, graduado em administração em 2019. Ainda na faculdade, ele foi um dos criadores do “Laboratório de Inovação Criativa”, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS), programa cujo objetivo era aplicar a teoria aprendida em sala às necessidades do mercado.
Bortoli relata que o projeto viabilizou relacionamento entre estudantes e empresas, bem como o desenvolvimento de experiências profissionais. Os jovens apresentavam soluções que eram depois escolhidas e aplicadas na própria organização participante.
“Esse projeto ajudou tanto na solução de problemas das empresas, como na inserção desses alunos no mercado de trabalho. Nesse sentido, tive uma experiência muito significativa durante boa parte da minha graduação, que me ajuda até hoje”, revela.
Para a administradora e diretora de Formação Profissional do CFA, Claudia Stadtlober, o estudante deve ter em mente um projeto de vida, desde os primeiros meses de faculdade. Segundo ela, nesse instante começa a caminhada profissional, tanto nos estudos quanto ao realizar os primeiros networkings com os professores e colegas de classe.
Visão no mercado
Durante o curso, o aluno ainda precisa compreender como funciona, na prática, a teoria ensinada em sala de aula e, acima de tudo, não estagnar no que é abordado na faculdade. “O principal erro é achar que, no mercado, você vai ficar só naquelas atividades teórico-práticas, e que isso vai ser suficiente — assim como achar que tem estágio que não está lhe desenvolvendo tanto, quando todos eles contribuem”, avalia a diretora.
Assim como no exemplo de Caroline, que buscou compensar a falta de experiência profissional com o voluntariado, Stadtlober esclarece que todo lugar é um espaço de crescimento profissional e pessoal. “Se não for pela via do ensino profissional, é possível adquirir as chamadas Soft Skills — competências comportamentais e emocionais que são até mais valorizadas hoje pelo mercado, do que as competências técnicas em si”, destacou.
Para o administrador e especialista em Gestão de Pessoas, Rodrigo Fortunato, o maior erro do estudante-universitário é preocupar-se mais com notas e aprovação nas disciplinas do que com a sua educação profissional. Ele enfatiza que a prioridade deve ser adquirir conhecimento, experiência e envolver-se com a profissão.
“Uma das formas que possibilitam o estudante ir além do que é tratado em sala, é participar de congressos e programas de desenvolvimento, existentes nas faculdades e universidades. Outra alternativa seria comparecer em eventos, tais como dos Conselhos Regionais de Administração (CRAs), em que alunos e jovens profissionais podem criar conexões decisivas em suas futuras contratações”, recomendou.
Empreendedorismo
Outra modalidade que pode ser estratégica para os recém-graduados é o empreendedorismo, fórmula que foi escolhida pelo jovem bacharel em Gestão para Inovação e Liderança, Augusto Massena, de 22 anos. Ainda durante a graduação, ele decidiu abrir a própria empresa, junto com seu irmão e seu primo.
Após estagiar em um hospital, e em uma distribuidora de bebidas, ele apostou na ideia de seu irmão mais velho e, juntos, criaram a Dobra — empresa no ramo de moda, vestuário e acessórios. Graduado em 2019, Massena dedicou todo o curso superior focado no negócio que abrira antes, em 2016.
“Não somos inventores da carteira de papel, um de nossos produtos, pois inovamos não no produto, inicialmente, mas, sim, no modelo de gestão e de negócio. Temos uma empresa de gestão aberta e descentralizada, que busca causar impacto positivo na sociedade”, explicou a receita do sucesso de sua empresa, com raízes na inovação.
Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA