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Pautas do momento e sugestões para a atualidade


Não é de hoje que as mais brilhantes mentes do Brasil já disseram qual é o caminho para vencer a pandemia e retomar o clima de normalidade do país, que é a vacinação em massa e adoção de medidas para restabelecer o crescimento econômico e social. Somente assim é possível criar um clima, mínimo, de normalidade — necessário para qualquer tipo de atividade se desenvolver e prosperar.

Falar sem apontar caminhos é fácil, então coloquemos diretamente o dedo na ferida. Já passou da hora de o Brasil superar seus fracassos seculares, vencer problemas que há séculos nos perseguem, e que agora foram agravados com a crise sanitária.
Áreas como saúde, educação, infraestrutura e ambiente de negócios precisam de seriedade, no trato racional dos temas. Além disso, requer renovação de práticas, processos e mais do que isso, de inovação.

No caso da saúde, por exemplo, ter gestores que sejam profissionais da administração nos hospitais é condição básica para que problemas como a falta de materiais, por não ter controle de estoque, sejam resolvidos. Ou ainda, para solucionar casos em que profissionais que deveriam trabalhar em determinados horários, mas não estão, seriam facilmente resolvidos com uma escala racional de processos e responsabilização de atos.

No Brasil, há quem subestime o poder da administração profissional. No entanto, ao analisar de perto as instituições que deram certo, sejam instituições públicas, privadas — e até mesmo do terceiro setor —, não custa muito para descobrir que são administradores e tecnólogos quem estão por trás de fazer aquilo tudo funcionar de maneira correta e satisfatória. 

Iniciativa

O Sistema CFA/CRAs tem feito uma campanha sistemática para conscientizar os bacharéis em administração — bem como tecnólogos, técnicos, mestres e doutores — rumo à profissionalização da categoria. Isso é feito em primeiro lugar por meio do registro em CRA e, depois, por programas de qualificação (como a que oferecemos em parceria com a Fundação Getulio Vargas) ou por ações práticas, como os treinamentos para consultoria e gestão de micro e pequenas empresas (MPEs).

Muitos profissionais da administração que estão desempregados (em geral, também não são registrados) reclamam que os conselhos (federal ou regional) fazem muito pouco ou quase nada por eles. No entanto, se esquecem do básico: administrador de verdade tem registro.

Em outras palavras, se é bacharel, mas não tem registro, não é administrador. É desta forma por que diz a lei (4.769/1965), e assim igualmente funciona em qualquer outra área profissional séria e regulamentada, no Brasil.

Muito mais que apenas uma obrigação legal, o registro é uma forma de regular as atividades profissionais daqueles que porventura pratiquem atos lesivos e em desconformidade com o que prega a profissão. O Sistema CFA/CRAs foi criado justamente para ser o braço da lei nas questões que envolvam ações relacionadas às práticas da administração: tanto avaliar procedimentos, práticas e técnicas, quanto para verificar questões éticas e atos lesivos contra organizações públicas ou privadas. 

Promoção e ensino

Outra de nossas missões, igualmente importante, é a promoção da Ciência da Administração e a educação de nossos profissionais. É nesse quesito que aparecem a Revista Brasileira de Administração (RBA), cujo conteúdo vocês lerão a seguir, e também a rádio ADM e o CFAPlay, com entrevistas e programas que ensinam e entretêm.

Um exemplo de fomento à educação é a matéria, desta edição, sobre Planejamento Financeiro. Parece inacreditável, mas há profissionais (de diferentes áreas) que ainda metem os pés pelas mãos naquilo que deveria ser básico para os adolescentes.

Ações que ajudam a melhorar a inteligência emocional — decisivas nos processos seletivos, e na rotina das empresas — também estarão nas páginas a seguir. Convém lembrar que, na maior parte das vezes, as pessoas são demitidas justamente por não desenvolverem as tais Soft Skills.

No quesito informação e tendências laborais, merece destaque as matérias sobre os novos hábitos dos consumidores; a importância da diversidade nas empresas; e o Anywhere Office. Negar tais tendências seria como negar a importância no E-Commerce e da Logística em tempos normais e, sobretudo, durante a pandemia.

Outros exemplos sobre para onde caminha o mercado são o neurobusiness e o grow imersão. Enquanto o primeiro analisa as motivações geradas no inconsciente do consumidor — e muda seu comportamento de compra —, o segundo destaca a importância estratégica de haver setores na empresa para pensar o futuro da organização.

Na mesma linha, tendências de inovação, em si, jamais devem ser ignoradas, dada a velocidade das mudanças e dos cenários na atualidade. Ela tem sido responsável pelo sucesso das startups e utilizada para garantir o êxito de projetos e os retornos dos investimentos, ao desenvolver novos produtos e serviços.

Por razões óbvias, o tema vacinação em massa, citado no início deste texto, terá um espaço especial em razão de sua relação direta com a volta do crescimento econômico. Igualmente importante, é o papel da tecnologia nos negócios e atitudes simples que podem alavancar negócios por meio de redes sociais e ferramentas digitais (como fazê-lo).

A humanização do relacionamento com o consumidor (CRM), em tempos de inteligência artificial, também são assuntos que foram pensados por especialistas e com forte indicação de leitura para esta edição. É isso. Leia, conheça, debata e faça a sua parte.

Adm. Rogério Ramos
Vice-presidente no exercício da presidência do CFA
CRA-TO nº 011