Paulo Faveret é economista e possui mestrado em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é professor assistente do Grupo IBMEC e professor titular da Universidade Cândido Mendes. Economista do BNDES desde 1992, ele ficou à frente da discussão “Novos padrões de produtividade – Três em um: o que conta nas entregas”.
Obter resultados é o objetivo de qualquer organização. A produtividade é a mola mestra do desempenho. Há formulações nas quais a produtividade é medida pelo resultado entre input, processo e output. Todos estes três elementos passam por grandes transformações conceituais e práticas na sociedade pós-industrial. O resultado do ano é representado por diversos tipos de produtividade, desde as intervenções humanas até o que é considerado como valor pela sociedade consumidora de bens e serviços, bem como demais partes interessadas.
Favaret começou apontando que a produtividade é fator crítico para o desenvolvimento das nações. Isso significa que o aumento contínuo é o elemento mais importante para assegurar o crescimento da renda, que é componente-chave do desenvolvimento. Ao contrário do que muitos pensam, a produtividade não é linear, ela é cíclica. Produtividade real mais alta é a base para mudança. Ele mostrou gráficos que apontam que a produtividade asiática cresce muito mais rápido do que a do resto do mundo, o que causa preocupação em todos os países industrializados.
Para saber se a produtividade é eficiente, são levados em conta três fatores: relação entre capital e produto; capital humano; e a eficiência da produtividade total dos fatores (que dizem ser o fator mais importante, influenciado por qualidade educacional, infraestrutura, barreiras à competição, etc.).
Segundo o palestrante, a situação do Brasil é dramática, com uma produtividade baixa. Enquanto a taxa da Coreia corresponde a 60% da produção dos Estados Unidos, a do Brasil não ultrapassa os 20%. O trabalhador brasileiro produz um quinto do que o americano produz no mesmo espaço de tempo. “A Coreia está se tornando um país desenvolvido e o Brasil continua estagnado”, afirmou.
E por qual motivo a produtividade brasileira é baixa? Os principais motivos são a taxa de investimento baixa; baixo investimento; educação formal reduzida; empresas que oferecem reduzido nível de treinamento por causa da alta rotatividade em vários segmentos; ambiente de negócios ruim pela complexidade do regime tributário e instabilidade jurídica com ameaça a contratos; infraestrutura deficiente acarretando grandes custos logísticos; grande distância de poder e foco na tarefa; e setor de serviços muito grande e com baixa produtividade.
É preciso mudar essa realidade. Para isso, o economista afirmou que inovação é fruto de esforço social e não só individual. Ele listou as novas habilidades necessárias para esse contexto digital no mundo das organizações: resolução de problemas complexos; criatividade; pensamento crítico; liderança e gestão de pessoas; trabalho em equipe; inteligência emocional; julgamento e tomada de decisão; negociação; flexibilidade cognitiva; e orientação a serviços.
Segundo ele, o Fundo Monetário Internacional já manifestou sua preocupação com relação à baixa produtividade e recomendou algumas ações, como reinventar a função de RH, utilizar análise de dados, promover diversidade de talentos e permitir arranjos flexíveis de trabalho.
Paula Oliveira, diretora de Projetos da FDC, foi a presidente de mesa da palestra. Na sequência, houve a entrega da premiação aos ganhadores da quinta edição da Mostra Científica de Administração, promovida pelo Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro.
Assessoria de Comunicação CFA