Os cursos da área de Administração e Gestão vêm registrando uma crescente participação feminina no Brasil. De acordo com os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres já representam 52,3% do total de formados nesses cursos. A diferença se acentua ainda mais entre os mais jovens: entre os egressos com até 29 anos, elas correspondem a 59,2% do total.
O aumento da presença feminina reflete um movimento de maior inserção das mulheres no ensino superior e no mercado de trabalho, especialmente em cargos de liderança e gestão. O curso de Administração, historicamente dominado por homens, passou a ser cada vez mais procurado por mulheres, que veem na formação uma oportunidade para ascensão profissional.
Especialistas apontam que essa mudança pode estar associada a diversas transformações sociais e econômicas. Para a vice-diretora de Formação e Educação do Conselho Federal de Administração (CFE/CFA), Admª. Isabela Regina Fornari Muller, vários fatores contribuíram pata esse crescimento.
“O aumento do número de cursos das áreas administrativas, seja na modalidade presencial ou EAD, que facilita o acesso, principalmente para mulheres que moram em cidades distantes, ou são mães, já trabalham e só agora podem estudar”, diz.
Isabela aponta, ainda, que a presença crescente das mulheres trabalhando nas áreas administrativas podem estar inspirando mais mulheres a seguir carreira nessa área. “Além disso, a sociedade reconhece a importância da igualdade de gênero e da representatividade feminina em todas as áreas”, completou a administradora.

Essa tendência deve se consolidar nos próximos anos uma vez que a presença feminina nos cursos de Administração indica uma mudança no perfil da gestão empresarial no Brasil, que se torna cada vez mais diversa e inclusiva. Essa representatividade sinaliza, ainda, uma mudança positiva para o futuro do mercado corporativo.
“A presença das mulheres nas empresas e em cargos de liderança pode oportunizar uma gestão com mais criatividade e inovação, assim como pode melhorar o processo de tomada de decisão, pois as mulheres trazem uma abordagem mais inclusiva e colaborativa”, destaca Isabela.
Desafios continuam
Apesar dos avanços, desafios ainda persistem. O mercado de trabalho, embora tenha registrado avanços na equidade de gênero, ainda apresenta disparidades salariais e dificuldades para que as mulheres alcancem posições de alto escalão. No entanto, os números do IBGE reforçam que a qualificação acadêmica tem sido um caminho fundamental para ampliar a participação feminina na administração e gestão de negócios.
“As mulheres ainda enfrentam a dificuldade de buscar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de conseguir trabalhar em jornadas longas de trabalho, conforme a atividade que exerce. Outro ponto a destacar é que a discriminação ainda é um fator a ser enfrentado na área acadêmica na academia e no mercado de trabalho, principalmente em uma área ainda tão masculina.”, enfatizou.
Entretanto, o aumento da representatividade feminina nos cursos de Administração sinaliza uma mudança positiva para o futuro do mercado corporativo, promovendo ambientes mais equilibrados e diversificados. Isabela lembra, ainda, que a mulher empreendedora, que é dessa área, está buscando estudar, se qualificar, crescendo por competência.
“As mulheres estão conquistando seu espaço, se especializando e mostrando a competência na área que estão escolhendo trabalhar. A gente vai crescer e buscar o espaço, se percebe cada vez mais isso, pela competência e por isso as mulheres estão estudando cada vez mais.”, finalizou a diretora do CFA.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA