Ser tocada de forma inapropriada, receber comentários ou elogios de cunho sexual, ser chantageada por resistir a investidas. Estas são experiências vividas por muitas mulheres no lugar onde deveria ser seguro: o ambiente profissional.
Com o objetivo de intensificar as ações de prevenção e combate às práticas que podem causar danos físicos, psicológicos, econômicos ou sexuais contra as trabalhadoras da área, a Comissão Especial ADM Mulher do Conselho Federal de Administração (CFA), com colaboração da Equipe de Apoio Assédio e Violência, lança a pesquisa sobre o Assédio e a Violência no Trabalho.
“O levantamento inédito que vai mapear a realidade vivenciada pelas profissionais de Administração brasileiras quer compreender, com profundidade, a raiz do problema para combatê-la, de forma eficaz e eficiente, com estratégias, palestras e campanhas. Os dados e estatísticas são fundamentais para dimensionarmos a realidade de cada local, pois esse panorama orientará nossa atuação. Afinal, cada problema pede uma solução diferente”, esclarece Rita Maria Silveira, coordenadora da Comissão Especial ADM Mulher.
As administradas Tânia Zambelli, Tânia Dias, Silce Brasil, Isabela Muller, Ione Salem também compõem a comissão responsável por apoiar a equipe técnica de trabalho.
As respostas do questionário também vão subsidiar a formulação de uma cartilha nacional com orientações sobre consequências aplicadas aos autores e medidas que podem ser adotadas pelas vítimas de assédio e violência no trabalho, conforme a lei vigente no país, assim como ações afirmativas para a construção de ambientes de trabalho mais seguros, respeitosos e alinhados aos princípios da Administração profissional.
A pesquisa faz parte da campanha “Mulher ADM Segura” e será aplicada às mulheres profissionais registradas em todo o Sistema CFA/CRAs, composto pelo Conselho Federal de Administração e os 27 Conselhos Regionais.
O questionário, totalmente anônimo e confidencial, foi formulado a partir da expertise das componentes da Equipe de Apoio Assédio e Violência, coordenada pela Admª. Elisa Aragão Vieira (PB).
“A violência e o assédio afetam não só a trajetória profissional, mas também a saúde e dignidade femininas. Enfrentar essa realidade é uma urgência e exige de nós ação, reflexão e soluções efetivas. O passo que damos é essencial para mudarmos as estatísticas e protegermos as próximas gerações de administradoras”, reflete.
O grupo de trabalho é formado ainda pelas administradas Aline Mendonça da Silva (MA), Carla Lourenço da Costa (PR), Jocely dos Santos Ferro (AL) e Luciene Laranjeira Diniz (PB) e pela advogada Kátia Boulos (SP).
O link da pesquisa será enviado para todas as profissionais de Administração registradas.
Junto à iniciativa, o CFA e a Equipe de Apoio Assédio e Violência trabalham outras ações que buscam combater e prevenir a violência e o assédio praticados por colegas e/ou superiores hierárquicos de forma a empoderar mulheres, engajar instituições, conscientizar e educar agressores potenciais, além de promover canais de denúncia e acolhimento.
A campanha ampara-se na NR 1, que obriga empregadores a garantir ambientes seguros física e psicologicamente. O projeto de marketing é desenvolvido pelos administradores Luis Humberto de Quental e Joice Fabricio.
Base internacional
A iniciativa também está alinhada aos marcos internacionais de proteção ao trabalhador. Em 2019, durante a 108ª Reunião da Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, foram aprovadas a Convenção 190 e a Recomendação 206, que definem diretrizes globais para a eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho, incluindo práticas realizadas em meios digitais.
Adriana Mesquita
Assessoria de Comunicação CFA
