Mesmo antes da pandemia da Covid-19, milhares de brasileiros perceberam que era hora de poupar e investir. Segundo dados da Bolsa de Valores do Brasil (B3), empresa resultante da fusão entre Ibovespa e a BM&F, o número de investidores pessoas físicas passou de 1,2 milhão, em 2019, para 2,38 milhões em abril de 2020.
Até março deste ano, a B3 registrou aumento de 223 mil pessoas que passaram a investir na bolsa. Ainda assim, o número não chega a 1% da população brasileira, comparado à porcentagem de investidores nos EUA (54% da população) e Coreia do Sul (20%), segundo dados do Instituto Gallup.
Segundo a educadora financeira e previdenciária, Patrícia Peres, os números mostram que parte dos brasileiros já acordaram para a realidade econômica do futuro e passaram a investir. Ela ressalta que mesmo aqueles que deixam seu dinheiro parado na caderneta de poupança estão investindo, ainda que para ela essa não seja a melhor modalidade de obter crescimento do capital.
Na visão da especialista, a crise econômica alavancada pela pandemia provou que é preciso poupar recursos, tanto para resguardar-se de fenômenos inesperados quanto para garantir sustento e prosperidade no futuro. Além da segurança financeira, a prática garante também maior tranquilidade emocional.
“Você saber que tem reservas financeiras que suportariam a manutenção das suas despesas mensais, num momento de perda de emprego, ou mesmo em uma situação de doença, é algo necessário para a saúde financeira e mental de qualquer pessoa. Ainda mais, quando pensamos em profissionais autônomos e microempreendedores”, avalia.
Peres explica que ao criar reservas financeiras para emergências, válido tanto para pessoas ou empresas, o poupador poderá ter mais liberdade ao consumir produtos e serviços, com vantagens de conseguir melhores preços, ao pagar à vista. Também poderá realizar compras de valores maiores ou realizar viagens de última hora, sem comprometer o orçamento.
Para o também consultor em investimentos e diretor da Valorum Empresarial, Marcos Melo, o momento atual exige ser mais criterioso nas despesas, por isso, recomenda repensar o consumo. “O que for possível adiar de gastos é o ideal, e se ao mesmo tempo for possível economizar recursos, melhor ainda”, diz
Segundo Melo, poupar não significa passar privação de desejos, se a prática for realizada primeiro como investimento, antes de relacionar itens que podem ser cortados ou diminuídos. Ele acredita que pelo menos 15% da renda deve ser dirigida à reserva financeira — antes mesmo de gastos com moradia, diversão e alimentação.
Uma forma de poupar, segundo ele, é guardar recursos para a aposentadoria, tendo em vista que a pessoa não terá sempre o mesmo nível de disposição e energia em continuar trabalhando. “Nesse momento, é importante haver construído uma reserva consistente para usar em complemento à renda, que ainda obtiver, ou até como única fonte de recursos”, explica.
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Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA