O mercado de roupas usadas teve um crescimento de 11% entre os anos de 2022 e 2023, de acordo com o relatório do portal ThredUp. No Brasil, segundo dados do Sebrae, de 2023, o país tinha mais de 118 mil brechós ativos, o que equivale a um aumento de 30,97%, ao longo dos últimos cincos anos.
A expectativa da ThredUp é que o mercado continue crescendo e resulte em um total de US$ 350 bilhões. A administradora e sócia investidora do brechó ‘Peça Rara Araucárias’, Tatiane Araujo, conta dicas para quem quer começar no ramo.
“Para quem quer investir nesse ramo, ele exige as mesmas preocupações e dedicação de outro tipo de negócio: que é a questão do fluxo de caixa saudável, capital de giro, a questão de você estudar bem o seu nicho de mercado e o perfil do seu consumidor. Saber o que esse consumidor prefere, onde ele está, a escolha do ponto, a própria faixa de preço que você vai estabelecer e a escolha da praça; todos esses itens você também vai se preocupar ou analisar com cuidado quando você for empreender em um negócio de brechó”, explica Tatiane.
A administradora também cita que o modelo mercadológico aplicado aos bazares estimula a sustentabilidade e a economia circular. Como exemplo, a loja ‘Desapeguei Bonito’, em Brasília-DF, faturou cerca de R$ 975 mil em 2023, já vendeu R$ 505 mil e recolheu quase 5 mil peças desapegadas em 2024.
A fundadora Ana Carolina Rosignoli abriu a primeira loja em 2018, mas conta que em 2015 a empresa era, na verdade, uma página pessoal no Instagram. Ela afirma que o conceito por trás da ‘Desapeguei Bonito’ é o de democratização do uso de roupas de segunda mão e gera um impacto positivo para o meio ambiente.
“A nossa proposta é essa: tornar normal o uso de roupas que já foram usadas por outras pessoas e mostrar que existe uma função social e ambiental também nessa nova forma de consumo. A gente possui o selo de lixo zero; é um selo validado pelo Zero Waste Alliance, e o DB é o primeiro brechó lixo zero do Brasil”, garante Ana Carolina.
Enquanto as marcas grifes possuem preços exorbitantes, os brechós e as plataformas online de segunda mão crescem sete vezes mais rápido do que o mercado tradicional. Esses tipo de negócios contribuem para um mundo mais sustentável e consciente, além de propor economia no preço pago pelas roupas.
Sacha Bourdette
Repórter Rádio ADM
Ana Clara de Lima
Estagiária de jornalismo, sob supervisão.
Assessoria de Comunicação CFA