Métodos de produção e de logística sofisticam empresas e podem ser diferenciais de sucesso no mercado
Por Leon Santos
Se você compra livros impressos em lojas físicas, provavelmente já deve ter escutado que a publicação estava em falta. E mais, para adquiri-los seria preciso fazer uma reserva lá no estabelecimento mesmo.
Com a popularização dos livros digitais (E-books), as editoras têm utilizado o método de produção sob demanda. Em outras palavras, elas esperam formar um determinado número de pedidos, em livrarias físicas e virtuais, para então imprimi-los.
Muito além de ser apenas um modelo de produção, é também uma estratégia de logística, segundo o mestre em administração e consultor da HRM Logística, Hélio Meirim. Ele conta que nos últimos anos, o setor vem ganhando maior protagonismo com as compras digitais (via E-Commerce) e lembra que mesmo os produtos adquiridos em lojas físicas utilizam serviços logísticos.
Meirim destaca que durante o isolamento social, oriundo da pandemia, houve uma brusca mudança de hábito do consumidor, que passou a comprar mais pela internet. Porém, ele conta que mesmo antes do fenômeno sanitário, as empresas já optavam por novas fórmulas de produção e entrega, como ao utilizar o método JIT.
Na logística, o processo denominado “Just in Time” ou JIT (do inglês, ‘na hora certa’) é utilizado desde os anos 1970, porém ganhou notoriedade no Brasil apenas nos últimos 20 anos. Na prática, o processo visa repor gradualmente os itens dos armazéns, à medida que são solicitados ou quando “há saída”.
Segundo Meirim, o JIT ajudou a revolucionar a logística à medida que requer o acompanhamento, em tempo real, do número de produtos que saem; exige o cálculo do espaço disponível no armazém e, na sequência, solicita ao fornecedor aquilo que está prestes a faltar. Entre seus benefícios estão ainda a diminuição de custos dos itens em estoque, redução de valores relacionados ao espaço de armazenagem (custo pelo tamanho do galpão) e riscos de obsolescência dos produtos.
“Quando pensamos em ‘Just in time’ é importante avaliarmos o modelo de produção que deixa de ser empurrado (produzir para fazer estoque) e passa a ser puxado (produção sob demanda), e, nesse sentido, construir um bom relacionamento com os fornecedores é essencial. Ter uma comunicação ágil, planejamento compartilhado e relacionamentos proativos e de longo prazo também passam a fazer parte da estratégia de relacionamento com os fornecedores”, revela.
Revolução
Segundo a professora do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Karla Motta, a evolução tecnológica foi um divisor de águas para a logística no contexto da Quarta Revolução Industrial. O fenômeno elevou a facilidade de transmissão de informações e fez com que aumentasse a comparação entre produtos e também serviços.
A pesquisadora lembra que cada venda implica uma entrega (seja de produtos físicos ou digitais) e que ambas requerem um sistema de distribuição entre pontos de demanda e oferta. Por isso, ressalta que para os consumidores receberem seus produtos com rapidez e sustentabilidade, as empresas precisam se relacionar como redes integradas e utilizar tecnologias como automação, inteligência artificial e internet das coisas, além de sensores, simuladores, armazenamento em nuvem e conectividade em tempo real.
“Desse modo, elas ganham aumento de produtividade, melhor controle de estoque e prevenção de fraudes. Também conseguem fazer a roteirização e manutenção de veículos, o que repercute diretamente na qualidade dos serviços de distribuição e das entregas em si”, relata.
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