Você conhece o Victor? Servidores robôs já são parte do cotidiano das instituições públicas e causam revolução, no quesito produtividade
Leon Santos e Paulo Melo
Um novo personagem tem roubado a cena nas dependências do Supremo Tribunal Federal (STF), e se engana quem pensa tratar-se de uma pessoa. Denominado ‘Victor’, o novo integrante é um robô que foi implantado na Corte, com a finalidade de agilizar a busca e os trâmites processuais.
O nome do dispositivo é uma homenagem ao ex-ministro do STF, Victor Nunes Leal, que trabalhou na Corte entre 1960 e 1969. Desenvolvido por especialistas do Tribunal, em parceria com cientistas da Universidade de Brasília (UnB), ao custo de R$ 1,6 milhão, Victor é um robô virtual (software de inteligência artificial) utilizado para ler e analisar processos.
Entre as funções do dispositivo estão converter imagens em textos (dentro dos processos digitais), classificar as peças processuais mais utilizadas nas atividades do STF e identificar temas de maior repercussão e incidência na Casa. Ele ainda consegue separar as partes de um documento (início e fim), o que facilita a leitura de peça processual e sobressai a decisão dos magistrados.
Segundo a ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte na época do lançamento da plataforma (em agosto de 2018), o trabalho de conversão de imagens em texto — que é realizado por uma pessoa em 3 horas — o Victor realiza em 5 segundos. “A ferramenta possibilita melhor aproveitamento de recursos materiais e humanos do Tribunal, acelera a análise dos processos e reduz congestionamento na admissibilidade dos recursos nos tribunais de origem. Também auxilia o Poder Judiciário a cumprir sua missão em diversas instâncias”, disse.
O atual presidente da Casa, ministro Dias Toffoli, também se mostrou entusiasmado com o desempenho do robô, ao apresentá-lo em palestra realizada em Londres – Inglaterra, em setembro de 2019. Ele ratificou as impressões de sua colega ministra e destacou que o novo dispositivo trouxe maior velocidade na análise de processos, bem como otimização de tempo e recursos.
Toffoli, no entanto, frisou que a participação humana continua imprescindível na área jurídica. “É uma mudança inevitável e não temos como frear o desenvolvimento. Servidores e advogados terão de se adequar aos novos recursos tecnológicos, que já são tendência no mundo. Mas as pessoas continuam sendo essenciais para que o trabalho jurídico ocorra”, analisa.
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