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Gestão financeira e de pessoas mais uma vez em alta

Segmentos despontam como protagonistas da Administração, durante a crise pandêmica

As áreas de Finanças e Recursos Humanos estão entre as mais valorizadas em 2020, segundo dados da consultoria Robert Ralf. Em levantamento realizado com 384 executivos, 81% dos entrevistados afirmam que existe dificuldade de encontrar mão de obra qualificada em tais segmentos, em que pretendem contratar.

De acordo com a administradora e coordenadora do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Gisely Jorge Mesquita, a crise econômica gerada pela pandemia fez com que as empresas buscassem profissionais, sobretudo, na área de Finanças. O motivo seria para melhorar o fluxo de caixa e garantir maior eficiência do capital de giro.

Ela explica que os setores de planejamento financeiro, tesouraria, gestão de custos e controladoria têm assumido papel fundamental e estratégico nas empresas, tendo em vista a queda do faturamento, durante a pandemia. Com isso, os custos fixos de curto prazo e atenção ao crédito viraram prioridade no momento.

“As empresas têm buscado profissionais de Finanças que saibam controlar o caixa e administrar redução de custos. Também têm contratado peritos em reestruturação financeira e especialistas em operações de fusões e aquisições de negócios, a preço baixo, para aproveitar a crise”, revela.

O gestor financeiro ainda atua no planejamento de finanças e tem entre seus objetivos alcançar o equilíbrio e rentabilidade das empresas. Segundo Mesquita, ele trabalha para promover retorno financeiro e a liquidez (conversão de um bem ou ativo em dinheiro — sem perdas ou prejuízos).

“Em síntese, ele avalia custos e opções de financiamento, faz checagem de tributos e retorno de investimentos. Também controla o fluxo de caixa e aplicação de recursos — das mais diversas movimentações bancárias —, de forma que se verifiquem todo o capital disponível na empresa”, relata.

Profissional liberal

Outra possibilidade para quem atua no segmento financeiro é trabalhar por conta própria, como é o caso da consultora, Rosany Abreu Martins. Durante a crise, ela passou a atuar com finanças pessoais e divulga seu trabalho na internet.

Por meio do perfil no Instagram “Menos é Mais”, ela fala sobre a importância da educação financeira e dá dicas técnicas sobre o assunto. “É importante que a área de Finanças pessoais faça parte do cotidiano das pessoas, pois não é possível administrar a vida pessoal se não soubermos gerir o nosso próprio dinheiro. Só assim é possível passar com tranquilidade por momentos de crises e obter grandes conquistas”, pontua.

 Gestão de Pessoas

O setor de Recursos Humanos (RH), que já vinha crescendo na última década, ganhou ainda mais destaque, devido à complexidade em cuidar de pessoas durante a pandemia, explica o administrador e diretor executivo do Instituto Inteletto de Desenvolvimento de Competências, Pedro Paulo Carbone. Ele ressalta que além de deixar as pessoas enclausuradas, a crise sanitária alterou as formas de trabalho e provocou diminuição da renda do trabalhador.

“Isso amplificou os conflitos interpessoais e colocou novos desafios a todos, nas relações que emergiram: tanto no seio familiar como no campo profissional. Nesse novo cenário, a visão tradicional de qualificação de pessoas para funções específicas diluiu-se, porque a sociedade e os mercados não são mais previsíveis como antes”, explica.

Segundo Carbone, a principal demanda dos setores de RH na atualidade é gerir portfólios de competências, em contexto de candidatura às vagas e conflitos permanentes. A pandemia apresentou um ‘novo normal’ em que o home office veio para ficar e passou a exigir do trabalhador, em geral, competências em saber lidar com pessoas, sem a presença física, e conciliar as atividades profissionais com os afazeres do lar.

Carbone explica que a carreira de RH historicamente está dividida em dois blocos: aquele que cuida de processos, e o que gere pessoas. O RH que cuida de processos é estável, cuida do treinamento operacional, da linha de produção e desenvolve competências técnicas.

Já o RH que cuida de pessoas está preocupado com novos perfis de competências que respondam às estratégias e novas demandas do negócio. Precisa lidar com atração e manutenção de talentos, desenvolver competências comportamentais e saber desenvolver e aplicar políticas de reconhecimento do trabalhador.

“Também ajuda os gestores a administrar o clima organizacional, por vezes em conflito, e a promover a diversidade e o compartilhamento permanente de conhecimentos. Para fazer isso, o RH que cuida de pessoas precisa conhecer bem seu funcionário, daí o crescimento do People Analytics”, esclarece.

 Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA.

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