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Gestão, empregabilidade e os desafios da profissão no pós-pandemia

Na tarde desta terça-feira, 17, o presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Mauro Kreuz, participou do I Congresso Internacional Virtual e X Congresso Acadêmico Fatepi-Faespi (CONAFF). Os eventos, realizados em parceria com o Instituto Superior de Gestão de Lisboa/Portugal, têm como tema central a “Gestão, empregabilidade e os desafios da profissão no contexto de pós-pandemia”.

Kreuz começou a palestra falando dos problemas atuais da educação no Brasil. “O Estado não conseguiu gerir a expansão do ensino com qualidade. Se pegarmos o Censo da Educação Superior, vemos que 80% dos cursos, no país, têm conceito 1, 2 ou 3”, comentou. Ele lembrou que, de cada dez demandas no mercado de trabalho por profissionais qualificados, sete são na área da Administração. “Curiosamente, essas vagas não são preenchidas e não é por falta de candidato, é porque eles não reúnem as competências profissionais para ocupar esses espaços”, explicou.

O presidente chamou atenção, ainda, para a Revolução 4.0. Segundo Mauro, a lógica pedagógica do atual modelo de ensino brasileiro ainda está na Revolução 1.0. “Os alunos aprendem por caixinhas, por disciplinas e não por forma sistêmica, dialética, integrada e focada em competências profissionais e o mercado de trabalho dialoga com essas competências. Por isso, o modelo atual de educação precisa ser modificado”, justificou.

A economia também esteve em pauta na palestra. O líder do CFA voltou a falar do cenário pós-crise nesse setor e chamou a atenção para a queda de renda do brasileiro. De acordo com o presidente, as desigualdades vão colocar cerca 50 milhões de brasileiros na linha da miséria. “A nossa economia, a brasileira, está financeirizada, não está mais na indústria, setor que contrata muito e desenvolve as potencialidades econômicas. Precisamos rever isso, pois temos vantagens competitivas com a retomada da industrialização nacional. Caso contrário, logo mais, metade da população estará na absoluta pobreza”, afirmou.

Com a pandemia, o mundo tornou-se ainda mais competitivo e acentuou brigas e polaridades políticas. “No pós-pandemia, o que vejo é que o ambiente será ainda mais multipolarizado e belicoso”, argumentou. Ainda sobre este cenário, ele acredita que haverá três categorias de profissionais que serão altamente demandados pelo mercado. A primeira é aquela que é altamente inovadora e criativa e, por isso, vai ser demandada e ganhará mais no pós-pandemia.

O segundo grupo é formado por mão de obra executiva e poderá representar de 65% a 70% da força de trabalho. “Essa categoria vai trabalhar mais e ganhar cada vez menos, pois ela vai competir diretamente com a automação, a inteligência artificial”, afirmou. O terceiro e último grupo é composto por pessoas que não participarão de nada. “Eles vão apenas sobreviver ou vegetar”, alertou.

Após isso, o presidente do CFA perguntou aos participantes: “Em qual grupo vocês querem estar? E o que você farão para estar nesse e não naquele grupo?”. Para a academia, ele também provocou: “Nós vamos formar profissionais para o primeiro, segundo ou terceiro grupo?”. Ele provocou, ainda, uma auto reflexão para quem já está no mercado. “O que eu preciso fazer para me posicionar no mercado?”, indagou, elencando, por fim, algumas capacidades profissionais ainda não robotizadas que serão necessárias desenvolver para manter-se no mercado cada vez mais competitivo e volátil.

O Congresso foi  transmitido no canal da Fatepi-Faespi, no Youtube. Clique aqui e assista o conteúdo na íntegra.

Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Comunicação CFA