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Fundadora do Blue Tree Hotels, Chieko Aoki é entrevistada da RBA 147

Empresária fala sobre mercado, crenças e a ‘arte de servir’ como sabedoria de vida e estratégia de negócio

Conhecida por muitos como a “dama do setor hoteleiro”, Chieko Aoki é administradora e fundadora da rede Blue Tree Hotels. Empreendedora de sucesso, em dez anos ela transformou a rede que preside em um dos maiores grupos empresariais do ramo no Brasil.

Eleita em 2013 pela revista Forbes como “a segunda mulher de negócios mais poderosa do Brasil”, também foi escolhida pelo jornal ‘Valor Econômico’ como uma das maiores executivas brasileiras.

Com formação em Administração na Universidade de Tóquio e em Administração Hoteleira pela Universidade Cornell (dos EUA), ela faz parte da Academia Brasileira de Marketing. Também é presidente do ‘Grupo de Mulheres Líderes Empresariais’ (Lide Mulher).

Como executiva, iniciou sua trajetória no cargo de diretora de marketing e vendas no Caesar Park São Paulo, tornando-se depois a presidente do mesmo grupo e também da rede americana Westin Hotels & Resorts. Entrevistada da RBA 147, ela fala sobre sua trajetória, educação, negócios e, claro, hotelaria.

RBA – Conte um pouco sobre sua trajetória pessoal, familiar e educacional, que nos ajude a entender quem é Chieko Aoki. No que a senhora acredita, quais são seus valores pessoais e sua missão de vida?

Nasci no Japão, e meus pais vieram para o Brasil, convidados por uma parenta. Tenho três irmãos, sendo um já brasileiro nato. Sou graduada em Direito, pela USP, e também fiz cursos de Administração, arte japonesa e Hotelaria na Cornell University, nos Estados Unidos. Falo inglês, japonês e um pouco de espanhol.  Sou católica, mas gosto de todas as religiões, sob o aspecto de filosofia de vida, porque todas nos levam para o mesmo caminho: de luz, de valorização do ser humano e para sua melhor convivência na sociedade. Meu Ikigai, ou razão de viver, é ver as pessoas sentindo-se bem no seu cotidiano, criando laços de convivência harmônica, com uns cuidando dos outros, mutuamente. Para tanto, é preciso que haja condições dignas, como gente com emprego, trabalho e razão de viver. E também com estudos, assim como alimentação de sua espiritualidade, ao fazer doações e contribuições solidárias a outras pessoas.

A senhora é graduada em Direito e tem dois cursos de graduação na área de Administração. Conte-nos a sua relação com a educação e de que forma esses cursos a ajudaram na sua vida pessoal e nos negócios.

Estudo é fundamental, porque a gente não nasce sabendo. A formação escolar nos educa não apenas em conhecimento, mas também nos disciplina para o aprendizado. É o primeiro passo para entender que na vida precisamos ter conhecimentos como ler, escrever, entender e comunicar para viver no mundo.  Depois de adquirir a prática, aprendemos também a gostar cada vez mais de estudar, aprofundar e de ampliar nossos horizontes no aprendizado. Além de preencher a nossa curiosidade, vemos que é ferramenta fundamental para realizar nossos sonhos e planos: de trabalho, de empreendedorismo etc.

 O que é a “cerimônia do chá”, utilizada como método de treinamento de seus funcionários. Qual é a simbologia contida nesse gesto, e o que a senhora deseja transmitir com essa prática?

A cerimônia do chá é um aprendizado contínuo e infinito sobre como servir alguém com excelência, com a alma e com a preocupação em dar e ser o melhor para o outro, por inteiro. É um treinamento sobre como viver. Servir o chá é um método que internaliza o conceito de servir e de encantar, com foco no convidado para o chá, seja seu familiar, cliente, amigos, desconhecidos. Serve para transmitir que quando se quer bem a alguém, com a alma, conseguimos interagir em nível mais alto, de humildade e de respeito, que leva à convivência harmônica entre as pessoas. 

Como ou de que a senhora vê o cenário hoteleiro no Brasil e quais são os principais erros cometidos por aqueles que estão no ramo?

A indústria da hotelaria, como acontece em outros setores, está em constante mutação, e em níveis diferentes, de país para país. Existem tendências que todos precisam assimilar para conseguir “jogar o jogo”. Agora ele exige mais tecnologia, processos e ferramentas digitais. Sem isso, ficará de fora das transações em vendas e em marketing, por isso atualização periódica é muito importante para a competitividade. Sobre serviço, atendimento e infraestrutura, acredito que todos que estão ganhando com o negócio (funcionários e empresários) precisam ser profissionais. Não pode ser quebra-galho, pois quem está pagando acredita que está lidando com um profissional que se preparou e está entregando um pacote de serviços que vai superar suas expectativas. Além disso, cada vez mais precisamos de high-tech e high-touch, ou seja, mais tecnologia para eficiência e produtividade, e humanidade para corresponder às necessidades humanas que são maiores do que as técnicas.

Clique, aqui, e leia o restante da entrevista, RBA 147.

Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA