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Está sobrecarregada? Você pode ter a síndrome da Mulher Maravilha

A Mulher Maravilha é uma super heroína das histórias em quadrinhos conhecida por sua força. Ela é um dos maiores ícones da cultura pop do gênero feminino e inspira meninas e mulheres de todas as idades. Entretanto, alcançar a perfeição dessa guerreira tornou-se um problema para mulheres mortais normais, que precisam desempenhar múltiplos papéis.

Essa sobrecarga de responsabilidades está levando as mulheres à exaustão física e mental. É a chamada síndrome da Mulher Maravilha. “Esse não é um termo da saúde, mas tem sido usado para explicar o comportamento de algumas mulheres que querem ser mulheres maravilhas.”, explica o psicólogo e mestre em Ciências da Saúde, Wagner Costa.

Carreira profissional, cuidar dos filhos, casamento, estudos e atividades domésticas são algumas das responsabilidades abraçadas por muitas mulheres. Contudo, elas são cobradas para desempenharem todos esses papéis com perfeição. Wagner lembra, ainda, que a sociedade cobra delas um padrão de beleza inalcançável para a maioria.

“Elas querem dar conta de tudo, resolver todos os problemas, serem perfeitas e ainda sim manter a beleza, o corpo perfeito e agradar a todos. A mulher, desde muito jovem, é cobrada para estar sempre bela, arrumada, a estar sempre feliz e pronta para resolver o problema de todos e cuidar das pessoas em sua volta”, afirma.

Os sintomas da síndrome da Mulher Maravilha são semelhantes ao do estresse. Geralmente, ela está estressada, agressiva, está sempre cansada, com dores musculares e de cabeça, pois está sempre correndo e tentando fazer todas as coisas que lhe são atribuídas.

Quem está tentando ser Mulher Maravilha, geralmente não consegue cumprir os prazos e nem aquilo que tem que ser feito. “Eu diria que, provavelmente, esta mulher está sobrecarregada. É aquela pessoa que tem dificuldades para dormir, é aquela que acaba comendo demais para se acalmar com a sensação do alimento na boca, é a pessoa que está sempre irritada e que, ao mesmo tempo, está adoecida porque ela não olha para ela mesma e não cuida de si”, descreve o psicólogo.

Mulher, coloque a máscara de oxigênio primeiro em você

Os sintomas, em um primeiro momento, são sutis. Contudo, eles podem ficar crônicos ao longo do tempo. Wagner alerta que isso pode desencadear outros problemas. “Uma pessoa que está sempre chateada começa a desenvolver uma visão onde ela não se percebe como alguém capaz de fazer as coisas. Isso abala a sua autoestima e ela passa a vivenciar uma sensação de que ela não tem essa capacidade e isso pode até, em uma situação extrema, evoluir para uma depressão”, conta.

Wagner reforça que, para dar conta de tantas coisas, as mulheres precisam cuidar de si primeiramente. Um bom exemplo é aquela mensagem que ouve-se dentro do avião: “Em caso de despressurização as máscaras de oxigênio cairão automaticamente. Caso esteja acompanhado de alguém que necessite de sua ajuda, coloque sua máscara primeiro para em seguida ajudá-lo.”.

Para tratar ou evitar a síndrome, o psicólogo aponta dois caminhos. Um é o de instruir as crianças para que vejam os outros como iguais, para que cresçam colocando a igualdade entre as relações. Dessa forma, criar-se-á adultos virtuosos e colaborativos, evitando sofrimentos psíquicos futuros. Mas, a mulher que já se encontra numa situação de extrema exaustão por querer dar conta de tudo, ele orienta:

“Busque ajuda profissional, desenvolver a autoestima, desenvolver a sua autonomia e buscar maneiras de ser mais independente e começar a compreender de que o problema do outro é dele e só ele pode resolver. Você não é deusa, você não é a dona do universo, o universo não gira em torno de você e você não consegue resolver todos os problemas. É preciso compreender que a vida tem perdas e ganhos, alegrias e tristezas, e que cada pessoa precisa viver a sua cota e as mulheres não podem resolver os problemas de todos. Se vejam com mais independência e desenvolvam a capacidade de aceitar que você merece ser feliz”, ensina Wagner.




Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Comunicação CFA