O painel “Empreendedorismo e inovação para o desenvolvimento regional: lições da China e do Oriente Médio” encerrou a programação da sala A1, do segundo dia do XXIX Encontro Brasileiro de Administração. Conduziram o debate o doutor em Administração, Charles Kirschbaum, e do administrador Pedro Carlos Loureiro, com a mediação do presidente do CRA-AP, Adm. Heráclito Mendes da Costa Júnior.
A palestra mostrou como modelos adotados por países como China e Israel podem orientar gestores públicos e empreendedores brasileiros em estratégias para impulsionar o desenvolvimento regional com base na inovação. Em termos de start-up, China e Estados Unidos são o que lideram em número de start-up.
Israel, por outro lado, tem um número bem menor. Contudo, o país tem enorme potencial pois as empresas israelenses já nascem com foco global. “O país tem uma educação muito boa, as faculdades são de qualidade, o que ajuda a formar capital humano de qualidade”, contou.
Durante a apresentação, os painelistas destacaram que, tanto no Oriente Médio quanto na China, o investimento em infraestrutura, educação e tecnologia foi essencial para transformar regiões antes dependentes de setores tradicionais em polos de inovação. A China, por exemplo, foi citada como referência em planejamento estratégico de longo prazo e na criação de ecossistemas favoráveis ao empreendedorismo, com forte apoio estatal aliado à iniciativa privada.
“O Estado é fundamental, ele induz o desenvolvimento. Todos países que alcançaram um nível de desenvolvimento relevante investiram em planejamento. Mas o que outras coisas, podemos fazer para crescer?”, questionou Pedro Loureiro.
Coube a Charles responder a questão. “No Brasil, o sistema é esquizofrênico. A gente planeja um ano para sobreviver no outro. Hoje o debate mais relevante é ter uma política pública que leve ao crescimento, mas que não prejudique quem está na base da pirâmide”, respondeu o palestrante. Com relação ao Brasil, o especialista afirmou que o país precisar pensar estrategicamente sobre a sua vocação a longo prazo, mas sem esquecer as vantagens comparativas.
Ao final da palestra, ficou o consenso de que olhar para experiências internacionais bem-sucedidas é uma estratégia poderosa para inspirar soluções criativas e sustentáveis para os desafios regionais brasileiros, especialmente em um país tão diverso como o nosso. O painel reforçou a importância de pensar globalmente, mas agir localmente, com políticas inovadoras e apoio efetivo ao empreendedor.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA

