O segundo painel da tarde desta sexta-feira, 06/12, destacou as Mulheres nos Negócios. À frente dessa conversa estavam mulheres empresárias e que fazem a diferença na sociedade.
Quem abriu o painel foi a Adma. Nájala Maitê Ferreira, que mora na Angola desde 2014 e trabalha para que novas mulheres angolanas sejam capazes de estarem em posições de liderança. Ela foi convidada para falar sobre os desafios da mulher empresária na África, desde o contexto do perfil das mulheres angolanas até o que é enfrentado por essas pessoas.
“Quando vocês pensam em guerra na Angola, vocês pensam só nos homens lá? Mas para que os homens fossem lá, houve mulheres que ficaram cá e fizeram com que Angola continuasse a girar e produzir, para que o país pudesse sobreviver aquele contexto”, exemplificou Nájala.
Angola foi o 28˚ país a adotar a rede, criada pelo governo da Alemanha, de mulheres africanas que fazem a diferença, para que essa rede conseguisse se organizar e levar para o mundo a potência das mulheres africanas.
“Não é só a Angola que precisa acompanhar o mundo. O mundo também precisa acompanhar a Angola, acompanhar o que está acontecendo lá. Acompanhar na perspectiva de que é um país cheio de oportunidades, que recebe muitos estrangeiros, é um país por se construir e que nós queremos construir algo diferente, algo que acompanhe o que nós estamos percebendo no mundo”.
Ainda em seu momento de fala, Nájala trouxe dados que mostram o potencial e a capacidade das mulheres angolanas dentro do empreendedorismo, das lideranças, entre outros lugares. O empreendedorismo de mulheres angolanas lidera a lista, feita com 43 países, com 51,1% onde mostra as mulheres empreendedoras que são mais ativas, sendo uma atividade comum entre elas.
A segunda parte do painel ficou por conta da empreendedora indiana, Rujuta Jagtap, mostrando a perspectiva e a realidade das mulheres sob a lente da Índia. Ela começou a trabalhar na empresa empreendedora familiar, SAJ TEST PLANT PVT LTD, pertencendo a segunda geração dos negócios da família.
Ainda aconselha que pessoas que tem empresas familiares primeiro começassem fora, em outras instituições, e que começassem de cargos pequenos para haver a evolução profissional e entrar na empresa familiar. Ela afirma que as organizações conseguem manter as mulheres nos ambientes corporativos e ao apresentar dados em relação à Índia, conclui que a força de trabalho das mulheres ficou estagnada em 37% em 2023, abaixo da média global de 47%.
“Sempre foi um mundo masculino quando eu comecei nesse domínio da fabricação”, conta Rujuta.
A empresária Vanilsa Silvano ficou responsável pela terceira parte do assunto, desta vez, abordando como transformar desafios em oportunidades. Mostrou que no Brasil, 49,8% dos empreendimentos são de mulheres empreendedoras e geram 40% da renda familiar.
Falou sobre como os recursos financeiros são um dos desafios das mulheres nos negócios e que há movimentos de mulheres no Brasil que ajudam na captação de recursos, no ensino de criação de projeto, e etc. Ainda comentou sobre a força das conexões seja dentro de amizades quanto na construção do networking, colocando como incentivo os seguintes aspectos:
- Aumentando o autodesenvolvimento e liderança, estimulando lideranças com propósito;
- Pertencimento e comunidade, o sentimento de pertencer mostrando que é possível crescer e prosperar juntas;
- Desafios e oportunidades, expondo que as oportunidades geram uma força do coletivo capaz de mudar realidades.
“Uma das formas da gente driblar esses desafios é justamente buscar as comunidades colaborativas”, comentou Vanilsa.
Ela também afirma que é necessário ter alguém no qual possa se inspirar, e finaliza falando sobre a importância dos valores e missões, além de deixar a reflexão de: “Qual o legado que você quer deixar?”.
Ana Clara de Lima
Estagiária de jornalismo, sob supervisão.
Assessoria de Comunicação CFA