O desastre climático que afeta o Rio Grande do Sul (RS) acendeu um alerta sobre as consequências do aquecimento global. No centro dos debates estão tópicos como leis ambientais, educação climática ou ambiental.
A Organização das Nações Unidas (ONU) promove os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) desde 2012. Dentre os 17 assuntos, o décimo terceiro fala sobre a ‘ação contra a mudança global do clima’. O constante acompanhamento e análises de relatório publicados, e da Agenda 2030 – outra forma de se referir aos objetivos, são de grande importância para a real implementação dos ODS, seja em escala global; regional; ou nacional.
“A Agenda 2030 é uma agenda transversal, ou seja, ela dialoga com todas as pastas. Ela fala de saúde, educação, de saneamento básico à habitação, de mobilidade urbana, desenvolvimento econômico sustentável”, afirma o administrador Marcos Rocha Martins da Silva, especialista na Agenda 2030 da ONU.
As ODS compõem uma agenda mundial e tem 169 metas a serem atingidas até 2030. Elas são divididas em quatro grupos, sendo eles: social; ambiental; econômica; e institucional. Os objetivos buscam garantir os direitos humanos, como a erradicação da pobreza e da fome, a distribuição de água, saneamento e energia, a disponibilização de saúde e educação de qualidade, entre outros.
Passa a ser mais que apenas ideais e expectativas, sendo necessário para a conscientização da sociedade e um impulso para a real prática para alcançar os objetivos propostos. Apesar de sua implementação enfrentar dificuldades, se tem expectativas altas para que a agenda dê certo e favoreça as trocas de diferentes setores, ou governos.
Martins, que é também membro da Comissão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Conselho Federal de Administração, afirma que é necessário ter os indicadores para monitorar a prática da implementação dos 17 ODS. Na avaliação do administrador, sem os índices não há como identificar as áreas que mais necessitam de mediação para garantir a efetividade das políticas públicas.
“Então, eu investiria na educação, na conscientização de forma prática. A educação é o pilar de transformação social se ela for utilizada como ferramenta de despertar a consciência do povo brasileiro por essas questões”, defende.
O papel da educação
O assunto em questão são as teorias e práticas da educação ambiental, além de um direito fundamental do cidadão, prevista na Constituição de 1888, é a conscientização sobre os impactos ambientais e como combatê-los.
A alfabetização ambiental, como um meio de formar cidadãos, desde a infância, é fortemente defendida por especialistas. Eles acreditam ser importante desenvolver uma cultura de cuidado com o clima, com deveres que envolvam a natureza e não somente uma experiência do feijão no algodão, das aulas de biologia.
“É explicar justamente os fundamentos primários, de que você tem que reciclar o lixo, apagar a luz dos ambientes quando você não estiver usando. Coisas básicas que, inclusive, em ambiente doméstico a pessoa pode fazer. A pessoa quer salvar o mundo, mas não arruma o próprio quarto. Então, ela tem que começar fazendo a lição de casa, o básico, o arroz com feijão”, pondera especialista na Agenda 2030 da ONU.
Ainda segundo Martins, não há como ter projetos, ações ou estratégias efetivas contra as mudanças climáticas sem conhecimento de causa.
“O que essa agenda representa de prática para a minha vida? O que isso vai impactar no meu dia a dia? É mudança de vida, é qualidade de vida, é preservação de ecossistema, é garantia da nossa sociedade para as novas gerações.”, finaliza o administrador.
Como consequência desse tipo de ensino, coisas simples como descarte de lixo, consumo consciente, economia de recursos naturais, entre outros, se tornam mais compreensíveis e de fácil acesso.
Adriana Mesquita
Repórter Rádio ADM
Ana Clara de Lima
Estagiária de jornalismo, sob supervisão.
Assessoria de Comunicação CFA