Abastecida pelo rio Negro que, junto com o rio Amazonas, forma a maior bacia de água doce do mundo, a cidade de Manaus tem, além de milhares de pessoas ainda sem abastecimento formal de água, uma das tarifas mais caras em todo o Brasil. As informações fazem parte do estudo-diagnóstico do Conselho Federal de Administração (CFA), feito com o Sistema CFA de Governança, Planejamento e Gestão Estratégica de Serviços Municipais de Água e Esgoto (CFA-Gesae). O relatório foi apresentado durante o 13º Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros (ENECOB)/2º e-Latino, entre os dias 9 e 12 de novembro, em navegação pelo Rio Negro.
De acordo com o levantamento, por deixar de faturar 65%, anualmente, o Estado do Amazonas, além de não investir em melhorias na prestação dos serviços, também tem compensado o prejuízo praticando tarifas mais caras. Enquanto a Região Norte, por exemplo, tem a tarifa-média de R$3,11, a capital Manaus alcança a marca de R$ 5,28, cerca de 170% a mais.
“Os dados sobre o problema da faturação dos serviços de abastecimento de água mostram que o impacto é em toda a região e por isso devem ser difundidos. Essa alta perda de faturamento prejudica os investimentos que poderiam ser feitos para a universalização de um serviço que é essencial”, comentou o repórter de Economia do El Pais, o uruguaio Mathias da Silva.
Outro dado que chamou a atenção dos jornalistas foi o alto volume de consumo de água. Segundo as informações, dos 62 municípios do Estado do Amazonas, apenas 30 prestaram informações ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades (ano de referência 2016) e, desse total, somente 10 estão próximos ou abaixo da média ideal de consumo diário do recurso, indicada pela Organização das Nações Unidas (ONU), de 110 litros por habitante. O recorde de desperdício ficou com o município de Nhamundá, que consome 456,62 l/hab/dia, mais de quatro vezes o valor recomendado.
Gabriela Samela, jornalista de economia do Clarin, maior jornal da Argentina, ressaltou que o estudo-diagnóstico apresentado serve como aporte para reflexões e estruturação de medidas em prol do consumo consciente e sustentável do recurso.
“O consumo consciente de água é um tema central e os dados apresentados no estudo do CFA são contundentes. Me chamou a atenção o município que consome quatro vezes mais do que o recomendado pelas Organização das Nações Unidas. Me perguntei como estará o consumo na minha cidade, que igualmente tem oferta abundante de água”, destacou a jornalista e também professora da Universidade de Buenos Aires, referindo-se à geografia da maior cidade da Argentina, cujos limites naturais no leste e no sul são, respectivamente, os Rios da Prata e Riachuelo.
Destaque em perdas
Ainda de acordo com as informações do CFA, o Amazonas é o terceiro Estado com o maior índice de perdas de faturamento da Região Norte (66,03%) – sendo superado somente por Roraima (80,41 %), Amapá (80,36%). Além disso, no quesito perdas por ligação, o Estado ocupa a segunda posição na Região (807,67 l/dia/ligação), perdendo apenas para o Acre (870,52 l/dia/ligação).
“Essas informações técnicas são parâmetros importantes. Apesar de também termos muitos rios, por falta de uma boa administração, parte da nossa população ainda convive com a falta e desperdício de água”, finalizou Teresa Freiras, chefe de reportagem do Diário Vanguardia, do Paraguai.
Destaque local
Além da repercussão entre os jornalistas latino-americanos, a imprensa do Estado também divulgou o estudo apresentado. Um dos dois maiores jornais locais, A Crítica, publicou editorial e ampla reportagem com destaque na edição do dia 13/11.
Outra grande referência na imprensa amazonense, periódico impresso e digital com convênio com o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), Em Tempo, destacou as informações do relatório da autarquia feito com o Sistema CFA de Governança, Planejamento e Gestão Estratégica de Serviços Municipais de Água e Esgotos (CFA-Gesae) na editoria de Meio Ambiente também do dia último 13.
Nessa quinta-feira (15/11), o presidente Wagner Siqueira dará entrevista sobre a temática à Rádio do Diário do Amazonas, maior veículo do Estado, às 9h15 (horário de Brasília).
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Assessoria de Comunicação CFA