Para Wesley Vaz, o país precisa de administradores que possam decidir com base em evidências e que não tenham medo de repensar seu trabalho com o uso tecnologia
Como será a gestão pública pós-pandemia? Como os governos têm se preparado para esse momento? Essas e outras questões foram respondidas na live que o Conselho Federal de Administração (CFA) realizou no fim da tarde desta terça-feira, 26. Na ocasião, a jornalista Elisa Ventura conversou coma o secretário de Gestão de Informações para o Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Wesley Vaz.
Já no início do bate-papo, Wesley comentou que a crise da Covid-19 colocou todos no mesmo barco. “É a primeira vez, em muito tempo, que os governos têm um problema único que é combater essa doença”, disse. Mas ele lembrou, contudo, que muitos projetos engavetados há anos acabaram sendo executado. “As coisas estão acontecendo. Tudo é acessório quando se tem um problema dessa gravidade para resolver”, afirmou.
A digitalização do governo não começou por causa do coronavírus, mas o especialista diz que ele acelerou muitas ações das estratégias previstas para serem desenvolvidas ao longo de dois anos. Como exemplo, ele citou o aplicativo que a Caixa Econômica Federal criou para receber os pedidos do auxílio emergencial e facilitar a vida das pessoas que dependerão do recurso durante a pandemia.
Apesar disso, o país precisa, segundo Wesley, enfrentar a dificuldade da inclusão digital de muitos brasileiros. “Isso vai dificultar o acessos dessas pessoas aos serviços digitais que o governo quer oferecer”, alertou, ressaltando que os governos “não estão preparados para a digitalização” e que é necessário “reconhecer que a tecnologia é uma aceleradora de soluções”.
“Precisamos de administradores que possam decidir com base em evidências, que não tenham medo de repensar seu trabalho com o uso tecnologia”, falou Wesley. Além disso, ele comentou que a transformação digital não é sobre tecnologia, mas é “sobre mudar cultura e comportamentos”. “O gestor precisa ficar mais atento para tomar decisões assertivas”, destacou.
Nesse caso, não há uma corrida para compras de tecnologias. “O que estamos fazendo é nos exercitar em como tratar um problema que a gente não estava preparado para resolver e isso só é possível com profissionalismo”, ressaltou Wesley.
Dicas infalíveis
Para quem quer sair na frente, Wesley recomenda três caminhos: alfabetização de dados, liderança servidora e buscar ser especialista nos problemas que quer resolver. No primeiro caso, o gestor precisa ter a capacidade de ler, entender, criar e comunicar dados como informação, usando-os para tomar as melhores decisões.
Já o líder servidor é aquele que vai fazer a equipe crescer com propósito e olhar para cada colaborador de forma individualizada, valorizando as ideias, as contribuições dos colegas para estabelecer uma cultura de confiança e respeito.
E, para resolver um problema, Wesley diz: “Quanto mais a gente se aprofunda no problema, maior é a chance de achar a solução”. “Os gestores têm que se assumir resolvedores de problemas. O gestor é tomador de decisão. Não pode decidir por decidir. É preciso ter atitudes com base em dados”, ensinou.
Por fim, o entrevistado falou que a pandemia trouxe a oportunidade para revisitar o que é importante, seja na vida pessoal ou profissional. “Não vamos sair igual entramos e isso vai afetar a carreira em alguma medida. Precisamos estar serenos para compreender isso e seguir em frente”, finalizou.
Perdeu a live? Ela está disponível no IGTV do CFA no Instagram: www.instagram.com/cfaadm/.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA