IoT mapeia perfis de usuários e ajuda empresas a “adivinhar” o perfil dos clientes. Tecnologia é usada para direcionar produtos e potencializar ações de marketing
Desde que passou a adotar o home office, as lives no Instagram passaram a fazer parte da rotina do Conselho Federal de Administração (CFA). Por várias semanas, a autarquia promoveu debates sobre vários temas ligados à Administração. O sucesso foi tão surpreendente que o Conselho decidiu realizar o “ADM Webinar”. O primeiro seminário online do CFA aconteceu na tarde desta segunda-feira, 18, e tratou do tema “Internet das Coisas e o Marketing Digital”.
Mediado pela jornalista Elisa Ventura, o debate contou com a participação do especialista em Marketing Digital e e-commerce, Rafael Jakubowski; da coordenadora da Comissão de Marketing do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), Rita Borges; e do líder em vendas de Inteligência Artificial, Roberto Celestino. A abertura ficou por conta do diretor de Desenvolvimento Institucional do CFA, Diego da Costa. Ele agradeceu a participações especialistas e ressaltou que o tema é muito importante para os profissionais de administração.
O ponta pé inicial do debate foi dado por Roberto, que explicou para o público o que é internet das coisas, também chamada de IoT. Segundo ele, o conceito se refere a conectar objetos usados no dia a dia à rede mundial de computadores. Uma geladeira, por exemplo, pode ter um sistema que, conectado com a internet, avisa ao dono quando um produto está em falta ou quando chegou a hora de fazer uma manutenção preventiva.
No marketing digital, a internet das coisas tem feito grandes transformações. Como exemplo, Rafael citou o Dash Button, dispositivo criado pela Amazon com o objetivo de facilitar a compra de produtos. Ele nada mais é do que um botão em que a pessoa aciona caso precise de um produto. Esse dispositivo pode estar ao lado de uma máquina de lavar e, quando acabar o sabão em pó, a pessoa aciona o botão e, em pouco tempo, o produto chega a casa do cliente.
Parece loucura de um filme de ficção científica, mas por meio da internet das coisas, as empresas conseguem medir o engajamento dos seus clientes e como eles estão interagindo com o produto e, assim, conseguem planejar ações futuras. Segundo Rita, o consumidor está cada vez mais interessado em suprir suas necessidades agora. Para ela, é preciso conhecer os diferentes perfis dos consumidores para atender essas demandas.
Novas softs skills
Profissionais que querem levar a internet das coisas para seus negócios ou para a suas carreiras, precisam desenvolver novas softs skills. Roberto comenta que, até pouco tempo atrás, ninguém imaginava que blogueiro e youtuber seriam profissões. “Quem nasceu a partir de 2010 vai trabalhar em profissões que ainda não existem”, disse, ressaltando que as tecnologias estão transformando muitas carreiras.
Com a inteligência artificial, por exemplo, muitas funções manuais foram otimizadas e esse ganho de tempo é usado pelos profissionais para desenvolver outras atividades. Para Roberto, a evolução tecnológica traz mudanças significativas. “Cada vez mais as pessoas precisam ter raciocínio crítico, saber avaliar o que a tecnologia está trazendo algo significativo para elas. É um trabalho que vai exigir conhecimento que a gente ainda pouco desenvolveu”, explica.
Para Rita, os profissionais estão vivendo em um mundo incerto e volátil. “Eles precisam se adaptar a essas novidades e ter agilidade para essa adaptação”, afirmou. Além disso, ela disse que o mundo está entrando em uma era pós Covid-19 e os profissionais de Marketing precisam estar prontos para as mudanças do mundo VUCA, acrônimo, em inglês de volatility (volatilidade), uncertainty (incerteza), complexity (complexidade) e ambiguity (ambiguidade).
Com relação ao futuro, Rafael pontuou que, hoje, muitas escolas já ensinam programação para as crianças. Contudo, é preciso ter cuidado para não ser direcionado para dados errados. Ele citou casos de profissionais em posições estratégicas de grandes empresas americanas. A maioria não tem skills de tecnologia e, para suprir essa lacuna, eles contratam um profissional com essa habilidade para ser um aliado do CEO, CFO ou COO nessa organização.
Ainda sobre inteligência artificial, para Rita, as empresas ainda a olham com certo tabu, mas essa é uma realidade as organizações precisam ter essa habilidade. Porém, é importante capacitar o colaborar para o uso dessas tecnologias. Roberto comentou que essas transformações estão mais latentes naquelas profissões voltadas para áreas de negócios e estão exigindo que os profissionais se adaptem a essas novas realidades.
Pandemia
A crise causada pela Covid-19 forçou os profissionais a viver em um mundo mais virtual, acelerando muitas das transformações digitais que eram previstas para um futuro a médio e longo prazos.
Durante o seminário, eles responderam muitas questões e uma delas era referente a digitalizar negócios em tempo de crise. Para os especialistas, a pandemia estimulou as empresas a se reinventarem. “É preciso abrir a cabeça para as possibilidades que existem, tirar da cabeça o mito de que investir em tecnologia é caro”, disse Rafael.
No seminário, eles também falaram sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) de estratégias para tornar o negócio mais digital de forma legal.
O primeiro webinar do CFA está disponível, na íntegra, no CFAPlay.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA