A pandemia mostrou para as empresas a importância do planejamento estratégico e da gestão de crises. Para fortalecer os negócios, CFA irá capacitar MPEs em parceria com o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte
Em março de 2025, completam-se cinco anos desde que a pandemia da Covid-19 mudou o curso da história, não apenas da saúde pública, mas também da economia mundial. O impacto nos negócios foi imediato e profundo, desafiando empresas de todos os tamanhos e setores a se adaptarem rapidamente a um cenário de incertezas.
Uma das lições cruciais que o período de pandemia trouxe foi a importância do planejamento estratégico nas empresas. Segundo o diretor de Gestão Pública do Conselho Federal de Administração (CGP/CFA), Adm. Emerson Clayton Arantes, a crise que o mundo viveu revelou que, em tempos de crise, a capacidade de adaptação rápida pode ser mais importante que o planejamento a longo prazo.
“No entanto, os líderes empresariais que investiram em uma visão estratégica mais robusta, com foco em riscos e flexibilidade, conseguiram não apenas sobreviver, mas emergir mais fortes.”, explica o administrador.
Emerson lembra que, na época da pandemia, o CFA fez um levantamento a fim de avaliar o impacto da Covid-19 na sociedade brasileira. O estudo ouviu quase 1.500 pessoas em cinco grupos: profissionais liberais, empresários, servidores públicos, empregados privados e estudantes.
Entre os dados da pesquisa que mais chamaram a atenção foi que a maioria das empresas, na época, não tinha um plano de gestão de risco. “Com o passar dos anos, ficou claro que o planejamento estratégico não se resume a previsões de crescimento ou planos financeiros de longo prazo. Em tempos de crise, é essencial que as empresas se preparem para o inesperado, com cenários alternativos e planos de contingência que possibilitem uma resposta ágil. Esse tipo de planejamento é conhecido como ‘gestão de risco’ “, explicou Emerson.
Planejamento foi fundamental na pandemia
Empresas que priorizaram a gestão de riscos, como a diversificação de fornecedores e a digitalização de seus processos, apresentaram uma maior resiliência. “Por exemplo, setores que antes dependiam exclusivamente de presença física, como o varejo, se reestruturaram para operar no ambiente online, implementando novas formas de atendimento ao cliente e logística de distribuição”, lembra o diretor do CFA.
Além disso, o planejamento de longo prazo, voltado para a inovação e digitalização, se mostrou mais relevante do que nunca. Empresas que já tinham investido em tecnologias como e-commerce, big data, e inteligência artificial conseguiram não só manter suas operações, mas expandir suas atividades enquanto os concorrentes lutavam para se adaptar.
Pós-pandemia
Após cinco anos, Emerson aponta que os aprendizados são claros: empresas que falharam em planejar riscos ou que não conseguiram se adaptar rapidamente pagaram um preço alto. Já aquelas que investiram em planejamento estratégico ágil, diversificação e digitalização, tiveram mais chances de superar a crise e até alcançar novos patamares de crescimento.
“Em um mundo cada vez mais imprevisível, o planejamento empresarial não pode ser rígido ou limitado a uma visão a curto prazo. Ele precisa ser flexível, com ênfase em adaptabilidade e capacidade de reagir rapidamente às mudanças. O sucesso das empresas no pós-pandemia dependerá da forma como elas incorporam essas lições, buscando sempre se antecipar aos riscos e aproveitar as oportunidades que surgem em um cenário global cada vez mais complexo e volátil”, refletiu.
CFA capacitará MPEs
De olho nas lições que a pandemia trouxe para o Brasil e o mundo, o CFA acaba de firmar acordo de cooperação técnica com o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP). O objetivo da iniciativa é promover o acesso a informações, a ferramentas de gestão e de capacitação voltadas aos profissionais de administração, inscritos nos Conselhos Regionais de Administração (CRAs), e aos empresários e empregados de MPEs, em âmbito nacional.
Segundo o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, por meio desse acordo serão geradas oportunidades para os profissionais da administração e também será uma ação social importante para profissionalizar os ‘micro e pequenos negócios’ do Brasil. Ele ainda acredita que o acordo dará uma contrapartida à sociedade em termos de ações governamentais para que os negócios prosperem e cresçam.
“É sem dúvida um acordo que tem tudo para dar certo, uma vez que representa uma ajuda dos profissionais da administração à sociedade. Muitas vezes, o cidadão acha que o governo está ali só para cobrar impostos, mas por meio de ações como essa podemos fazer com que eles se profissionalizem e expandam seus negócios também”, disse o ministro.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA
Imagem IA